Into the Dead: Our Darkest Days | Sobreviver Nunca foi tão pessoal

Into the Dead: Our Darkest Days | Sobreviver Nunca foi tão pessoal

29/05/2025 0 Por Jonathan Vieira

Se você é fã de jogos de zumbi, mas sente que já viu de tudo nesse gênero, deixa eu te contar: Into the Dead: Our Darkest Days é uma baita surpresa. Lançado em acesso antecipado no Steam, esse game da PikPok pega aquela fórmula clássica de apocalipse zumbi e dá uma boa mexida no tempero, criando algo que consegue ser tenso, emocional e estrategicamente desafiador.

Into the Dead: Our Darkest Days

Reprodução: PIkPok

Contexto: um apocalipse nos anos 80 que convence

O jogo se passa em Walton City, no Texas, nos anos 80 — e a ambientação aqui não é só pano de fundo: ela define o clima da experiência. Imagina uma cidade pequena sendo lentamente devorada por uma epidemia zumbi, enquanto você tenta liderar um grupo de sobreviventes normais (nada de heróis, soldados ou supersoldados aqui). A pegada é bem humana. É como se você tivesse que proteger seus vizinhos, seus amigos e até desconhecidos — todos tentando sair vivos de um inferno urbano.

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Os desenvolvedores mandaram bem demais na vibe “filme B de terror”, com visuais granulados, paleta de cores sombria e muito neon velho piscando. A atmosfera faz você se sentir em um filme perdido entre The Walking Dead e Stranger Things, com uma dose de paranoia digna de The Thing.

Into the Dead: Our Darkest Days

Reprodução: PIkPok

Gameplay: entre o stealth e o desespero

A jogabilidade é em side-scrolling 2.5D, o que já dá um charme diferente. Você não está num mundo aberto gigantesco nem num FPS com mil armas. Aqui, você entra em prédios, vasculha casas, monta barricadas, coleta mantimentos e tenta sobreviver ao dia seguinte. E é aqui que o jogo brilha: cada decisão conta.

A comparação mais comum é com This War of Mine, e com razão. Tem aquele mesmo sentimento de que tudo que você faz tem consequências. Vai sair para buscar comida com quem? Quem vai ficar para cuidar dos feridos? Você realmente precisa daquela TV antiga para desmontar por peças, mesmo sabendo que pode atrair zumbis carregando peso extra? Esses dilemas são constantes.

O gerenciamento de recursos é intenso. Você precisa manter comida, saúde, armas e principalmente o moral do grupo. Isso mesmo — se o grupo entrar em pânico ou começar a discutir entre si, a coisa desanda. Tem diálogos entre os personagens, pequenos eventos aleatórios e situações que exigem escolhas morais bem tensas.

Into the Dead: Our Darkest Days

Reprodução: PIkPok

Sobrevivência realista, não heroica

Um dos maiores trunfos de Into the Dead: Our Darkest Days é que ele não te deixa se sentir invencível. Pelo contrário: aqui, você é vulnerável. Os personagens não são guerreiros, são civis. E isso afeta tudo — desde a resistência física até a habilidade com armas. Tem momentos em que o melhor plano é evitar confronto e simplesmente correr (ou rastejar) por uma casa abandonada só pra pegar uma caixa de comida e voltar vivo.

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Ah, e as armas? Quebra, viu. Rápido. Esse ponto dividiu opiniões na comunidade. Muita gente reclamou que as armas quebram cedo demais, e isso pode frustrar, principalmente quando você sente que planejou tudo certinho. Mas, ao mesmo tempo, isso força você a improvisar, a pensar fora da caixinha. E convenhamos: num apocalipse zumbi, achar uma arma perfeita e funcional seria um milagre.

Into the Dead: Our Darkest Days

Reprodução: PIkPok

Visual, trilha e ambientação: é puro terror psicológico

O visual é um show à parte. Mesmo sendo um jogo em acesso antecipado, o capricho nos detalhes chama atenção. As sombras, os reflexos, os efeitos de luz dentro das casas invadidas, tudo contribui para aquele sentimento de “estou ferrado, mas ainda tenho uma chance”.

A trilha sonora também ajuda muito a construir essa tensão constante. Não é música de ação — são sons ambientais, barulhos distantes, e aquele silêncio desconfortável que faz você hesitar antes de abrir uma porta.

Reprodução: PIkPok

Desempenho

Claro, nem tudo são flores. Como o jogo está em acesso antecipado, ele ainda tem algumas arestas a aparar. Alguns problemas de desempenho, como quedas de FPS. Isso provavelmente vai ser otimizado nas próximas atualizações, mas é bom ficar de olho se seu PC não estiver com um hardware um pouco mais atual.

Reprodução: PIkPok

Vale a pena?

Olha, se você curte jogos de sobrevivência, esse jogo é um prato cheio, não apenas no quesito sobrevivência, mas no storytelling e desenvolviemento dos personagens, Into the Dead: Our Darkest Days é quase obrigatório. Ele não reinventa a roda, mas junta elementos que funcionam muito bem juntos: gerenciamento de recursos, exploração tensa, narrativa emergente e um clima de constante ameaça.

É um jogo que respeita sua inteligência, que não entrega tudo de bandeja e que faz você se apegar aos personagens — pra depois, talvez, ver eles morrerem de forma trágica porque você tomou uma decisão errada dois dias atrás. E isso é ótimo. Porque isso é sobrevivência de verdade.

Nota: 8/10

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Esta análise foi feita com uma cópia do jogo para PC, gentilmente cedida pela PikPok. Into the Dead: Our Darkest Days está disponível para  PC via Steam