Top Racer Collection | Do Legado ao Renascimento

Top Racer Collection | Do Legado ao Renascimento

16/03/2024 1 Por Geovane Sancini

Com o lançamento da coletânea de Top Racer na semana passada, eu pensei… Por quê apenas escrever sobre a coletânea? Deus, o mundo e sua mãe já escreveram sobre ela, fizeram vídeos e fizeram a mesma referência ao Forró de Top Gear.

Com isso em mente, eu decidi cometer o erro de jogar toda a série e dar uma pincelada em seus jogos, incluindo seu antecessor espiritual e que deu origem a praticamente a trilha inteira de Top Gear 1. Sem mais delongas, vamos a história e os jogos, da série Top Gear.

Reprodução: Internet

Começo Magnético

Lotus Esprit Turbo Challenge (Amiga, Amstrad CPC, Commodore 64, ZX Spectrum, Atari ST, Amiga CD32)

Curiosamente, nossa história começa no mesmo lugar onde começamos a história de Zool Redimensioned, na desenvolvedora/publisher de Sheffield, Inglaterra, Gremlin Graphics ou Gremlin Interactive (Esse foi o nome que adotaram após 1994). Desenvolvido pela dupla Shaun Southern e Andrew Morris, Lotus Esprit era pra ser meio que “mais um” jogo de corrida da Magnetic Fields.

Quando você joga Lotus Esprit, entende de onde veio a grande inspiração pra Top Gear, a tela dividida, o estilo gráfico e principalmente a trilha sonora. Apesar dos controles meio obtusos para os padrões atuais (o controle do Amiga tinha somente UM BOTÃO, então é complicado ter aceleração, freio e marchas sem se embananar todo. Jogar com a marcha automática alivia um pouco o problema), a jogabilidade de Lotus é boa, e ao jogar, percebi o por quê da série ser considerada Top Tier entre os entusiastas do Amiga.

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A trilha sonora é composta pelo escocês Barry Leitch, e contém alguns temas que são conhecidos pelo público brasileiro devido aos rearranjos dos mesmos utilizados no primeiro Top Gear.  Por exemplo, a Intro é o tema da terceira pista dos campeonatos, o tema do Stage 3 é o da última pista dos campeonatos e o Stage 4 é o tema da segunda pista. Claro, de primeira eles vão soar estranhos pra quem escutou as versões de Top Gear de trás pra frente, ver essas versões com tanto baixo que parecem ter saído do chip de Som do Mega, causa uma estranheza inicial.

Versão de Amstrad CPC – Reprodução: Internet

Em termos de outras versões: No Amiga CD32, é a mesma versão, com trilha sonora de CD, mas por algum motivo (preguiça, suponho), não há efeitos sonoros quando se joga com a trilha de CD. No Atari ST, bem… A trilha foi Atari STzada. No Commodore 64, o jogo é horroroso.

No Amstrad CPC e no ZX Spectrum é passável, apesar de algumas falhas. E a versão de Amstrad CPC é só um porte vagabundo do ZX Spectrum.

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Um passo pra frente, um para trás

Lotus Turbo Challenge 2 (Amiga, Atari ST, Amiga CD32, Acorn Archimedes, Mega Drive)

O segundo jogo mudou a estrutura. Ao invés de ser um jogo em circuitos com voltas, como o anterior, passou a ser corrida contra o tempo com checkpoints, como OutRun. O jogo abandonou a tela dividida do single player, assim como aconteceu com Top Gear 2. O lado negativo disso, é que os outros pilotos não são seus concorrentes, mas meros obstáculos. E o jogo coloca MUITOS obstáculos na sua frente, nesse jogo tem mais obstáculos do que toda a trilogia de Top Gear do SNES combinada.

O jogo adiciona também turbos, mas eles não são como os de Top Gear, mas boosts de velocidade em algumas pistas. Em termos musicais, ele é mais fraco que seu antecessor, com as músicas das pistas sendo loopings extremamente curtos, mas a abertura e o encerramento são decentes. Assim como aconteceu com Lotus 1, o encerramento de Lotus 2 é extremamente familiar para nós brasileiros, já que ele é o icônico tema de introdução de Top Gear. Há um motivo para essas trilhas terem sido reaproveitadas em Top Gear, falaremos mais adiante disso.

Uma das coisas mais fascinantes de Lotus 2, é o fato de que ele possui crossplay entre o Amiga e o Atari ST, através da porta serial do PC, permitindo até quatro jogadores juntos. Em termos de portes, a versão de CD 32 é idêntica a do Amiga, a do Atari ST é levemente piorada (Como era de costume no mercado de computadores quando o Amiga passou a ser a plataforma high-end no mercado de jogos pra computador) e a versão de Mega, apesar do áudio de bosta, tem uma jogabilidade decente.

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Agora tem Editor de Pistas (mais ou menos)

Lotus III: The Ultimate Challenge (Amiga, Amiga CD32, Atari ST, MS-DOS, Mega Drive)

Em 1992, o pessoal da Magnetic Fields lançou o terceiro e último jogo da série Lotus. Agindo como um híbrido entre os dois primeiros jogos (e reciclando os gráficos do segundo jogo). O grande chamariz de Lotus III era o Racing Enviroment Creation Set (RECS), um pseudo-sistema de criação de pistas. Ele não permitia criar as pistas em si, mas criar uma sequência de parâmetros para criar uma pista. Essas pistas poderiam ser corridas solo, ou com dois jogadores, e um campeonato com até nove pistas customizadas podia ser criado, meio que antecedendo o campeonato customizado presente na Top Racer Collection.

O jogador também podia escolher se prefere o estilo Time-Attack do segundo jogo, ou o modo de circuitos do primeiro jogo, dando uma variedade em como você aproveita o jogo, mas fora isso, ele não foi tão bem recebido pela imprensa quanto os outros dois jogos… O que parece ser algo comum pra terceiros jogos de franquia (Top Gear 3000, Uncharted 3, Mass Effect 3…). Uma pena, porque a jogabilidade é bem decente no Amiga.

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Originalmente, quem faria as composições pra Lotus III seria Barry Leitch, ele até chegou a compor uma das músicas, mas ele acabou sendo chamado para um trabalho na Ocean, e quem assumiu a batuta em Lotus III foi Patrick Phelan, que foi responsável pela trilha de Zoom, e comporia as músicas de Top Gear 2. E posso dizer que Pat fez um bom trabalho, já que as músicas de Lotus III são boas.

Em termos de porte, novamente, a versão de Amiga CD32 é idêntica, e a do Atari ST é levemente piorada e a do MS DOS, uma versão melhorada do Amiga. Já no Mega Drive, poderia ser considerada competente, se não fosse a versão original, já que tem muitos downgrades em relação ao Amiga.

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Aquele Famosão no Brasil

Top Gear (SNES)

Enquanto os donos de Mega Drive tinham Super Mônaco GP e OutRun, NES tinham diversos jogos e várias outras plataformas sorriam a toa com seus jogos de corrida, o SNES tinha F-Zero e Super Mario Kart, dois jogos de corrida com seus méritos, mas nenhum sendo um jogo de corrida sem truques mirabolantes, até que a Gremlin Graphics lançou o primeiro Top Gear no SNES.

Podemos ligar o sucesso do primeiro Top Gear no Brasil a alguns fatores, todos ligados a pirataria, já que encontrar e comprar cartuchos originais de Super Nintendo no Brasil nos anos 90 era mais difícil que encontrar político honesto, ou mulher pouco exigente no Tinder. Então, cartuchos piratas em locais como a Feira de Acari, os camelôs de Madureira ou a Feira de Caxias era a solução, ou os multicarts, onde Top Gear era bastante frequente, junto com jogos como Goof Troop e o jogo cancelado do Soldado Universal (sim, outra coisa comum na pirataria, é que era possível encontrar dumps de jogos não lançados como Universal Soldier e The Shadow), e a outra solução eram máquinas de Fliperama que eram basicamente um SNES com o timer, onde fichas davam 10 ou 15 minutos de jogatina por ficha (rachas de Campeonato Brasileiro eram comuns, e foi numa máquina dessas que joguei Aladdin pela primeira vez).

Ajudou também o fato de que a jogabilidade era tão boa quanto a do primeiro Lotus, lá da Magnetic Fields, com a diferença de que o jogador poderia customizar a dificuldade, mesmo jogando no Amador, já que cada um dos quatro carros tinha status diferentes, como aceleração, consumo de gasolina, velocidade máxima e manobrabilidade (ou dirigibilidade). A alta quantidade de pistas em relação a série Lotus (aqui tínhamos 32 pistas, divididas em 8 torneios) também ajudou a longevidade. E claro, o modo para dois jogadores, que garantia corridas mais emocionantes do que jogar contra a CPU que não utiliza dos Nitros.

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A trilha sonora é uma boa surpresa acidental. Digo acidental, porque Barry Leitch foi chamado de última hora e a empresa que ele fazia parte (Imagitec Design) não tinha kits de desenvolvimento para o Super NES, então boa parte das músicas de Top Gear são rearranjos de músicas que Barry compôs pra Lotus e Lotus II (falamos disso mais acima), que foram convertidas pro chip de som do SNES por Hiroyuki Masuno. A exceção dos rearranjos é o icônico tema da primeira pista, que só de mencionar, vem a cabeça aquela versão forró… SAI DA MINHA CABEÇA!

O jogo teve uma recepção de mediana pra bom lá fora, mas como mencionei, a pirataria ajudou MUITO a popularizar Top Gear por aqui, a ponto de inúmeros hacks existirem, trocando os carros, as cores dos carros, e até mesmo colocando um seletor de pistas pro jogador jogar na ordem que quiser.

Fun Fact: Na písta de Sheffield, se encontra placas com o logotipo da Gremlin Graphics (desenvolvedora), porque é a cidade onde o estúdio se localizava, assim como nas pistas do Japão, se encontra placas com o logotipo da Kemco (publisher)

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A continuação que também saiu pro Mega

Top Gear 2 (SNES, Mega Drive, Amiga/Amiga AGA, Amiga CD32)

Um ano depois, chegou a continuação de Top Gear. Dessa vez, assim como aconteceu com Lotus III, Barry Leitch foi substituído nas composições, e mais uma vez, por Patrick Phelan. E assim como aconteceu em Lotus II, saiu a tela dividida no single player, já que a Gremlin Graphics tinha mais experiência com o hardware do SNES. E o resultado foi levemente divisivo.

Por um lado, os gráficos tiveram uma melhora, apesar de serem aproveitados de Lotus II, e o número de pistas aumentou. Só que ele é menos “Amigável” que seu antecessor, tornando sua masterização algo mais complicado que no primeiro jogo. E voltando aos positivos, agora é possível fazer upgrades no carro, com o dinheiro obtido nas provas, o que é necessário para o gerenciamento de combustível nas provas mais longas, já que não há pitstops como no primeiro jogo.

Você tem um sistema de danos nos carros (não visível, mas indicado no diagrama do carro) e caso sofra muito dano, seu carro rodará com facilidade. Porém, em contrapartida, não há mais a escolha de carros com status diferentes, o que era uma pena.

Aqui a trilha sonora continua tão boa quanto a do primeiro jogo, apesar de não ser tão chiclete (ou talvez isso seja viés meu, já que da trilogia do SNES, ele é meu menos favorito).

Versão de Amiga AGA – Reprodução: Internet

Os Portes de Top Gear 2

Uma das razões pelas quais eu não curti tanto o Top Gear 2 foi devido ao desastroso porte de Mega Drive, cujo único ponto positivo é a taxa de frames, que é mais suave do que sua versão de SNES (Blast Processing YAY), e o fato de não ter o sistema de combustível, pois de resto é um jogo bem medíocre na melhor das hipóteses.

Felizmente as versões de Amiga e Amiga CD 32 são portes do SNES e são bem feitas, apesar de que jogar no Joystick de Amiga é meio furada porque você precisa apertar a barra de espaço do teclado pra usar o turbo. Existem duas versões do Amiga, a pro Amiga regular e a Amiga AGA que possui cores melhores. A versão de Amiga CD 32 tem a vantagem do controle, mas ela parece ligeiramente mais lenta do que a versão do Amiga, e os arranjos de CD são bem bunda mole.

No Mega Drive e no Amiga, infelizmente você precisa escolher entre música e efeitos sonoros, no CD 32, não. E eu vou dizer aqui… Eu me diverti jogando Top Gear 2 no Amiga, nunca pensei que fosse usar diversão e Top Gear 2 numa mesma frase. Quem diria.

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Uma paradinha na Pirataria (Aka Omega Brazil 97)

Se você viveu nos anos 90, certamente deve ter ouvido falar do Twin Eagles Group, conhecido por suas bootleg hacks de International Super Star Soccer (E do Deluxe), como Campeonato Brasileiro, Futebol Brasileiro 96, Ronaldinho Soccer 97 e 98, Ligeirinho (Sonic 4) e ganharam fama internacional graças a redescoberta do Mundial Ronaldinho Soccer de N64 (HA HA HA HA RONALDINHO SAUCER).

E uma de suas criações, foi um hack de Top Gear 2, intitulado Omega Brazil ’97. Aqui, foram adicionadas duas telas de intro, e a dificuldade foi levemente aumentada. O Sprite do carro foi modificado pra lembrar o Chevrolet Ômega, possivelmente o modelo de 1997 (daí o título).

Os adversários, ao menos alguns deles, foram renomeados para pilotos brasileiros da stock car (acho). Vale a curiosidade, o dump da rom circula pela internet há anos.

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De volta para o futuro

Top Gear 3000 (SNES)

Depois de flertar com outros consoles, Top Gear voltava a sua casa para o último jogo da franquia no SNES. E seria o primeiro a não ser chamado de Top Racer no Japão. Enquanto que Top Gear 1 e 2 foram Top Racer 1 e 2 na terra do Sol Nascente, Top Gear 3000 ganhou o fodástico título de “The Planet’s Champ: TG3000”.Um idiota faria pergunta: “Onde estão os títulos do 3 ao 2998?”. Mas enfim, a Gremlin resolveu refinar a fórmula de Top Gear 2, e deu um toque futurista a mesma. Ainda que os carros continuem com quatro rodas.

Os pitstops estão de volta… Mais ou menos, com o uso de esteiras para reabastecimento, lembrando o F-Zero, mas não somente isso, você pode reparar os danos ao seu carro em esteiras azuis, tornando a prova em alguns momentos, algo mais estratégico. O por quê eu citei estratégias? Simples, graças ao uso do chip DSP-4, que permitia o jogo dividir as pistas com múltiplos caminhos, algumas pistas possuem as esteiras de reparo num caminho e o reabastecimento em outra. Mas não é somente isso que temos de novidade e futurístico, já que há power-ups diferentes, como um sistema de pulos, teletransporte, e atração magnética.

O hilário de Top Gear 3000, é que o chip especial (DSP-4) não impediu o jogo de ser pirateado a rodo, mas meio que impediu a emulação do jogo a princípio, houve uma época que não dava pra emular, e depois, somente o Zsnes (sim, o infame Zsnes) era capaz de emular o jogo. Hoje em dia, até o celular da sua avó consegue rodar o jogo de boa.

Em termos de controles, apesar das adições, o 3000 é um híbrido com as melhorias de Top Gear 2 e a jogabilidade mais arcade do primeiro jogo. E a trilha é bem menos dependente de baixos, como no jogo anterior.

É um jogo que recomendo, apesar de que por alguma razão, fizeram gaslight nos jogadores brasileiros que preferem o 2 a ele. Vai entender, é tipo esse pessoal que jura que Marvel Super Heroes: War of the Gems de SNES é bom.

Depois do SNES

Após Top Gear 3000, a Gremlin e a Kemco seguiram caminhos separados, e outras desenvolvedoras assumiram a batuta da série Top Gear. Preparem-se, porque vamos falar rapidamente sobre cada título.

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NINTENDO 64, OH MY GOD!

Top Gear Rally (N64, PC)

A estreia no N64 até foi elogiada pela imprensa. Desenvolvido pela Boss Game Studios, eu particularmente lembro de ter curtido um pouco o jogo, apesar de estar abaixo do padrão Top Gear de qualidade. Por alguma razão, entretanto, quando fui jogar no emulador, o jogo parecia menos… Impressionante. A dirigibilidade parece escorregadia.

Esse foi o segundo (e último) jogo com Barry Leitch nas composições… Bem, e até mesmo isso foi tirado dele, já que na versão de PC (intitulada Boss Rally), as músicas em sua maioria, são de uma banda chamada Dragline… Ótimo nome de banda, excelente pra procurar no Google.

Enfim, Boss Rally foi severamente criticado, especialmente comparado com outros títulos da época, e talvez a recepção positiva de Top Gear Rally tenha sido pela falta de títulos do gênero.

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Top Gear Overdrive (N64)

E dessa vez, a Kemco tirou os ralis e voltaram as provas de corrida normais, com Top Gear Overdrive. Saía de campo o Boss Game Studios, entrou em campo o Snowblind Studios. E o trabalho final… É comparável ao Road Rash 3D do PS1.

É competente, mas a sensação de velocidade não é das melhores. A trilha sonora foi a primeira licenciada no N64, com a banda Grindstone, e apesar de não conhecer a banda e continuar não querendo conhecer a banda, a compressão utilizada pra um cartucho de N64 é competente.

Curiosidade que ninguém pediu: A banda recebeu 4000 dólares pelo trabalho.

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Top Gear Rally 2 (N64)

A continuação de Top Gear Rally chegaria em 1999, com outro estúdio, o Saffire. E por incrível que pareça, o jogo é mais na pegada de rally real, ao invés da papagaiada que vemos em jogos mais arcade… É um jogo decente, mas não recomendo jogar em emulador, pelo menos não se você usa teclado, porque num teclado, o direcional do 64 é mais sensível que usuário do Tumblr e jornalista de jogos americano.

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Top Gear Hyper Bike (N64)

Ok, dá pra entender Top Gear Rally, ainda são carros, mas… MOTOS? O que caralhos? Enfim, usando a engine de Overdrive, o Snowblind Studios se arrisca nesse joguinho de Motocross e Motos em geral. Como ponto positivo, o jogo tem um criador de pistas próprio. Eu queria ter jogado com mais afinco, mas a emulação gráfica deixa as pistas bizarras no Mupen64, como todo emulador de 64.

A Era de Top Gear que ninguém Liga

Em consoles, apenas mais dois jogos da série seriam lançados, um deles ainda pode ser comprado hoje em dia, o outro, está preso no PS2.

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Top Gear: Dare Devil (PS2)

Dare Devil não deveria ser chamado de Top Gear. Desenvolvido pelo Papaya Studio, ele sequer é um jogo de corrida, é um jogo de missões em mundo semiaberto, com gráficos até decentes pra época que foi lançado (final de 2000), mas a dirigibilidade e a física são cagadas. E NÃO TEM CORRIDA! Como você não me coloca CORRIDA NA PORRA DE UM TOP GEAR!

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Top Gear: RPM Tuning/Midnight Outlaw: Six Hours to Sun Up (PS2/Xbox/PC)

Tecnicamente, esse é o Top Gear mais recente que você pode adquirir, ainda que não sob o nome Top Gear. Desenvolvido pelo estúdio francês Babylon Software (boa sorte tentando encontrar ALGUMA COISA) deles, RPM Tuning é, sem cerimônias, o Need for Speed da Shopee. Se bem que temos jogos piores nessa categoria, mas me refiro a somente a esse artigo aqui.

Ele tem uma historinha que poderia ser muito bem um roteiro descartado de algum NFS, pelo amor de cristo. Se você não lembra desse jogo, tudo bem, a versão com a marca Top Gear só saiu pra Xbox, e a de PS2 ficou na europa sob o título RPM Tuning. Não que você tenha perdido algo de valor. Mas aceito essa bomba de presente no Steam porque eu não dou valor a minha vida.

E com essa triste nota, fechamos a parte de Top Gear em consoles, porque a série passou pelos portáteis também.

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Portabilidade vantajosa

Top Gear Pocket (Game Boy Color)

Desenvolvido pela Vision Works (quem?), Top Gear Pocket é um competente jogo de corrida pro Game Boy Color, mas que poderia ser ótimo se não fosse a sensação de velocidade que é inexistente. Recomendo com ressalvas.

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Top Gear Pocket 2 (Game Boy Color)

Nada como uma continuação para melhorar o que deu certo. Top Gear Pocket 2 corrige a velocidade do anterior, sendo um jogo de corrida excelente pra um portátil com hardware (na época) ancestral (lembre-se que o GBC não é muito mais avançado que o GB original, de 1989).

Altamente recomendado. Boa jogabilidade, bons gráficos, boa sensação de velocidade.

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Top Gear: Especia (Game Boy Advance)

Esse aqui é um título que tecnicamente não seria um Top Gear, mas usa da marca no ocidente. No Japão ele é um título licenciado da categoria que hoje é a Super GT. Utilizando-se de circuitos japoneses, pra um título do início da vida do GBA, ele tem até bons gráficos, mas a jogabilidade é meh. E diabos, a písta de Suzuka parece levar 3 anos pra dar uma volta.

Sei que um carro de GT não é um F1, mas caramba. A Wikipédia diz que foi desenvolvido pela Kemco, mas no jogo tem também o logo da Vision Works, então dá pra dizer que é deles.

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Top Gear Rally (Game Boy Advance)

Esse aqui é GOAT. Desenvolvido pela Tantalus, o jogo usa das capacidades 3D do GBA pros modelos dos carros (diferente dos sprites pré-renderizados de outros jogos) e cenários pré-renderizados espertos. A jogabilidade é boa, depois que você se acostuma com os controles. Recomendadíssimo.

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Top Gear Downforce (Nintendo DS, cancelado/rebatizado)

Primeiramente, esse jogo não vale a pena. Tanto que tecnicamente a Kemco cancelou o lançamento ocidental de Top Gear Downforce, e no Japão o jogo saiu como parte da série Simple DS, jogos de baixo orçamento.

Anos depois, ele chegaria no ocidente sob a alcunha de Super Speed Machines. É um jogo de corrida Top Down bem vagabundo. Não é o pior do DS, mas passe longe desse aqui.

Reprodução: Evercade (Youtube)

Um Intervalo antes do relançamento…

Antes da Qubyte relançar os três primeiros jogos na compilação Top Racer Collection, a PIKO Interactive relançou os dois primeiros jogos, com seus nomes japoneses, em coletâneas para o Evercade (Um console de cartuchos pra jogos retrô que utiliza emulação e cartuchos proprietários), inclusive desconfio de que a razão para qual o terceiro jogo não saiu no Evercade porque seu nome japonês não era Top Racer 3000.

Infelizmente sou pobre demais pra comprar um Evercade, porque tem umas paradas legais lá… Porém, divago.

Após o anúncio que deixou Americanos com cara de “Cuma?” e alegrou a nação brasileira, tivemos uma longa espera pela Top Racer Collection, incluindo aí um adiamento em cima da hora, de Janeiro de 2024 para Março de 2024… Mas, o que a Top Racer Collection traz a mesa? (Isso não faz o menor sentido em português, mas agora já escrevi).

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O poder da Conveniência

A Top Racer Collection traz Top Racer, Top Racer 2, Top Racer 3000 e o inédito Top Racer Crossroads, mas esse não é o ponto principal. Tecnicamente você pode jogar Top Gear via emulação, mas o que a coletânea faz, é deixar tudo arrumadinho e conveniente, e pra alguém acostumado a jogar em consoles, é uma opção, eu prefiro jogar na frente da minha TV, do que grudado em meu notebook.

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Mais Opções e Online

A compilação não simplesmente coloca os jogos num menu bonitinho e diz: Pronto, joga. Tecnicamente você pode fazer isso, mas o jogo oferece extras, como Campeonato Customizado, onde você escolhe quatro pistas do jogo em questão, um carro e vai lá filhão.

Caso você seja fã de Time Trials, o jogo possui isso, uma tabela para você disputar com seus amigos. E caso você tenha amigos, pode jogar ONLINE. Em qualquer um dos quatro jogos, e mesmo em campeonatos customizados.

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Top Racer Crossroads

Top Racer Crossroads é, sem papas na língua, uma romhack oficial do Top Gear/Racer original, com novos carros. Cada um desses carros referencia um outro jogo clássico de corrida, como o Uno da Firma (de Horizon Chase), o Ferrari Testarossa (de OutRun), com direito ao casal no carro, o Lamborghini Diablo (de Lamborghini American Challenge), e tenho quase certeza de que o carro azul referencia algum Need for Speed, mas posso estar enganado.

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Se vale a pena?

Se você tem um PlayStation 4 ou 5, espere uma promoção, devido aos preços que nossa querida $ony coloca nos jogos no Brasil. Caso sua plataforma seja outra, Top Racer Collection é uma boa pedida. Tem online, um valor razoável, a emulação é decente e um dos troféus colocou aquela música maldita na minha cabeça.

A Top Racer Collection está disponível para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Nintendo Switch, Xbox One e Xbox Series X|S.

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O que aconteceu com as produtoras?

Seção extra por onde pergunto ao Milton Neves* que fim levaram as produtoras dos jogos anteriores da série;

*O Arquivos do Woo informa que nosso redator não perguntou ao Milton Neves, isso se trata de uma ilusão após dias trabalhando nesse texto.

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Magnetic Fields

O último jogo da dev de Lotus Turbo Challenge foi Mobil 1 Rally Championship, em 1999. Os programadores da MF abriram um novo estúdio para se dedicar a jogos de corrida, Eugenicy no ano seguinte, mas fecharam antes mesmo de produzir algo.

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Gremlin Graphics/Gremlin Interactive

A publisher de Lotus e desenvolvedora da trilogia do SNES foi adquirida pela Infogrames (atual Atari), em 1999, e foi renomeada Infogrames Studios, fechando em 2003, com seus últimos jogos sendo as conversões para Gamecube de Superman: Shadow of Apokolips e Micro Machines, que saíram no ano anterior para PS2 e Xbox.

Ex-funcionários da Gremlin criaram a Sumo Digital, que continua na ativa até hoje, e o catálogo da Gremlin está nas mãos da Urbanscan, empresa criada por um dos fundadores da Gremlin.

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Kemco

A publisher de Top Gear passou por um período ruim no meio dos anos 2000, mas voltou a ativa nos anos 2010, publicando RPG’s e visual novels, tanto no mercado mobile quanto no de consoles.

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Boss Game Studios

O último jogo desenvolvido pela criadora de Top Gear Rally foi Stunt Racer 64 em 2000, e eles haviam conseguido a licença para desenvolver pro Xbox, mas não conseguiram uma publisher, fechando as portas em 2002.

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Snowblind Studios

O estúdio de Top Gear Overdrive e Hyper Bike continuou na ativa por um bom tempo, inclusive sendo responsáveis por Baldur’s Gate: Dark Alliance (clássico) e Justice League Heroes (que usa a mesma engine, e é divertido IMO). Após Lord of the Rings: War in the North, o estúdio se fundiu a Monolith Productions, e seu último jogo foi Middle-Earth: Shadow of War. No momento, a Monolith Productions está trabalhando no jogo da Mulher Maravilha.

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Saffire

A Saffire tinha alguns jogos interessantes no portfólio, como o James Bond 007 de Game Boy, e a expansão de Starcraft: Brood War. Porém, alguns jogos medíocres, como o da Xena do N64. A empresa fechou as portas em 2007, tendo seu último jogo, Thunderbirds (baseado no filme live action) sendo lançado em 2004. Cryptid Hunter, para PS3, seria seu próximo jogo, mas foi cancelado com o fim da empresa.

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Papaya Studio

A criadora de Top Gear: Dare Devil fez alguns jogos que eu particularmente curti (os de Ben 10 são sólidos, Alien Force e Ultimate Force valem a pena uma jogatina casual), mas seu último jogo foi um Smash Bros da Cartoon Network, Cartoon Network: Punch Time Explosion foi lançado pra 3DS em 2011 e PS3/360/Wii em 2012, antes deles fecharem as portas em 2013.

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Babylon Software

Encontrar informações sobre a Babylon Software é difícil por causa da ferramenta de tradução, mas o que se sabe é que Top Gear: RPM Tuning foi o último jogo produzido por eles.

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Vision Works

Não se tem muita informação sobre a Vision Works, mas pelo site oficial deles, não tem… Nada. Creio que o último jogo deles tenha sido Boulder Dash EX, do GBA, posso estar errado.

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Tantalus Interactive

Das companhias que se envolveram com algum Top Gear, a Tantalus é talvez a que esteja mais ou menos em melhor estado, tendo trabalhado recentemente em jogos como o Zelda: Skyward Sword de Switch, a versão de Switch de Sonic Mania, e as versões definitivas de Age of Empires 2 e 3.

E eu não sei como terminar esse artigo, porque caramba, são MUITAS PALAVRAS. 9 páginas falando de joguinho de corrida véi. E parafraseando meu amigo Dunkel Gotik: Joguem Top Ge… Top Racer 3000.