KONOSUBA – God’s Blessing on this Wonderful World! Love For These Clothes Of Desire! | Análise

KONOSUBA – God’s Blessing on this Wonderful World! Love For These Clothes Of Desire! | Análise

12/02/2024 0 Por Geovane Sancini

Minha experiência com Konosuba é bem limitada. Eu sei da popularidade do anime, mas o mais perto que cheguei, foi aquele clone de Mega Man produzido pelo Team Ladybug e que foi dado de brinde com o Box de Blu-Rays da segunda temporada do anime. E recentemente, por falta do que fazer, baixei um fangame da franquia… Que foi lançado com o box da primeira temporada. Fora isso, o que sei também é que a dublagem brasileira é horrorosa. Desculpem me quem gosta, mas a dublagem de Konosuba é fraca. O que parece ser um mal da dublagem brasileira em animações japonesas de uns tempos pra cá.

Sim, eu sei que a geração de dubladores clássicos, que gente como eu cresceu ouvindo envelheceu e deu espaço para uma nova leva de dubladores, mas parece sempre faltar algo. Não sei se por direção ruim ou atuações ruins, fica difícil assistir anime dublado. E os dubladores não ajudam, estando mais preocupados em… Deixa pra lá, é melhor eu não me exaltar, porque dá última vez que me exaltei fazendo um artigo, pessoas vieram atrás de nós porque criticamos a censura de corporações bilionárias.

Mas enfim, o assunto, Konosuba… Conheço pouco, é um dos isekais mais famosos em geral (gênero que não tá nem um pouco saturado, imagina), e claro que como toda obra famosa, adaptações em jogo acabam acontecendo, eu mencionei o Resurrection of Beldia, que é o clone de Mega Man X produzido pelo Team Ladybug (e possui uma tradução de fãs, só dar uma procurada básica), e o In the Life (que também possui tradução de fãs), porém de maneira oficial, nenhum jogo da franquia havia aparecido por essas bandas.

Porém, isso mudou com a chegada da segunda visual novel de Konosuba, Konosuba: God’s Blessing on this Wonderful World! Love for these Clothes of Desire!, lançada originalmente em 2020 para Playstation 4 e Nintendo Switch, chegou agora no começo de fevereiro para as mesmas plataformas, com adição de um porte para PC. Será que o jogo vale a pena? Confira conosco.

Fazer roupas para acabar com a maldição

Após uma dessas aventuras regulares que Kazuma e seu grupo tem (traduzindo para quem não tem conhecimento de Konosuba: Megumin utilizando uma magia de EXPLOSÃO e exaurindo as forças, Darkness servindo de isca porque gosta de apanhar, Kazuma ficando desesperado porque Aqua foi inútil novamente), o grupo encontra um estranho artefato no chão. Artefato esse que é capaz de gerar roupas.

Só que antes que algo possa avançar, eles são acusados por Sena de ter roubado esse artefato de um nobre, e precisam fazer roupas para ele sob a ameaça de banimento. Porém, o que não sabiam, era que esse artefato amaldiçoa a pessoa que o usa, alterando sua personalidade de maneira oposta. Assim, a masoquista Darkness vira uma Sadista, Megumin, que tem complexo devido a seus peitos pequenos, funda a Liga das Lolis e Aqua se torna uma Deusa útil. Kazuma agora precisa dar um jeito de cumprir os mandos e desmandos do Nobre Filho da Puta (nossa, quem diria que o nobre é um filho da puta?) e fazer com que as garotas retornem ao normal.

A trama segue com a típica comédia de Konosuba, com um total de 10 finais disponíveis, dois para cada garota do grupo principal (Aqua, Megumin e Darkness possuem dois finais, um regular e um bom), e um para as garotas secundárias (Chris, Wiz, YunYun e Saya), dando certo valor replay ao jogo.

Felizmente, nos dias de hoje, pessoas mais competentes que eu escrevem guias de como conseguir esses finais, então não vai ser difícil pro jogador médio fazer 100%, a não ser que ele seja um ignorante que se recusa a aprender inglês, mas divago.

Não é só “Visual Novel”

Partindo da premissa das roupas, o gameplay de Love for These Clothes of Desire é dividido em dois loops, a parte de Visual Novels, onde respostas corretas as personagens aumentam a afeição delas, chegando a um ponto onde as rotas com as garotas são abertas, essa parte, obviamente sendo o que se espera de uma Visual Novel, e como tal, é bem executada… E se você acha que não há como uma visual novel ser mal executada, só ver o desastre que foi “Goodbye, Volcano High”, um jogo que não agradou fãs de visual novels ou furries. Então, fazer o bê-a-bá do gênero é essencial.

A outra parte, é a de administração de tempo, onde Kazuma deve mandar os membros do seu grupo (Aqua, Darkness e Megumin) em quests e trabalhos para conseguir dinheiro e materiais para fazer as roupas nos três primeiros dias da semana, no quarto dia, alguns eventos podem acontecer, e é quando o grupo descansa, e o quinto dia é quando o grupo usa o dinheiro que conseguiu durante a semana para comprar materiais adicionais para fazer as roupas. Roupas opcionais podem ser criadas para desbloquear trabalhos e alterar um pouco certos eventos.

A afeição com as meninas pode ser influenciada com determinadas roupas, então se você quiser a rota de tal menina, faça a roupa X pra ela. Há guias com as roupas necessárias para cada rota. Uma das coisas que pode fazer com que alguns virem o nariz (aqui no Brasil em específico), além do fato do jogo ser uma visual novel (coisa que o jogador brasileiro médio odeia), é a falta de uma tradução para o português. Claro, ao contrário de estúdios grandes como a Sega, não há como a equipe da PQube pagar por uma tradução, pelo menos não de um jogo pesado e focado em textos como é este aqui. Mas isso não significa que eu não possa sonhar com um mundo onde tenhamos mais visual novels lançadas com português entre as escolhas de idioma.

Gráficos e musicas fiéis ao anime

O maior destaque do jogo, é que os dubladores do anime voltam a reprisar os papéis, e graças a todos os deuses existentes e alguns que não existem mais, nada de dublagem americana. Não tem nada mais broxante do que comprar um jogo japonês, todo estilo anime pra no fim do dia, o único audio disponível ser em inglês. Quem viveu a geração PS1/PS2 sabe disso. Era um suplício jogar Naruto no PS2 numa época pré-iso Undub.

Graficamente, os sprites e CG’s do jogo parecem ter saído do anime, e as roupas possuem exatamente aquilo que os fãs da franquia mais gostam: Fanservice. Numa era onde gente que não consume clama por censura de produto que não é feito pra eles, é bom ver que nem todo estúdio japonês arrega as pernas pra charlatões disfarçados de localizadores.

As músicas, são bastante decentes, não interferindo na jogatina, e destaque para os temas de abertura, “It’s so fine”, interpretado pela Machico (que canta as aberturas das temporadas da série e do spin-off da Megumin), e “Ama Yadori”, que possui versões cantadas pelas seiyuus da Aqua, Megumin e Darkness, além de uma versão com as três cantando juntas.

Reprodução: Mages, PQube

O ponto fraco é o preço

Konosuba: God’s Blessing on this Wonderful World! Love for these Clothes of Desire! vale a pena o valor cobrado? A resposta é… Não. Pelo menos do ponto de vista financeiro, as versões de PS4 e Switch custam 249,90 e 258,32 respectivamente. A versão do Steam, aqui pro Brasil está mais em conta, saindo quase a metade desse preço. Mas enfim, no geral, Love for these Clothes of Desire! é uma novel competente, servindo como aperitivo da terceira temporada de Konosuba que chega em Abril.

Nota final: 8/10

Konosuba: God’s Blessing on this Wonderful World! Love for these Clothes of Desire! está disponível para Playstation 4, Nintendo Switch e PC. Esta análise foi feita com uma cópia de PS4, gentilmente cedida pela PQube.