Pestersim | Dois jogos pelo preço de um e meio… Ou algo do tipo

Pestersim | Dois jogos pelo preço de um e meio… Ou algo do tipo

15/01/2024 0 Por Geovane Sancini

No último texto, eu comecei com uma tangente sobre as visual novels “irônicas”, que empresas cretinas lançam por motivos de “Ha-ha, Visual Novel Funny”, hoje, falaremos um pouquinho sobre a inconsistência do Steam em aprovar jogos, especialmente se tratando de visual novels. De um lado, temos o fundo do poço com jogos usando assetflips, jogos com o mínimo esforço possível colocado sendo aprovados. Ou jogos como “Sex with Hitler”, “Hitler is my Crush” ou “Sex with Stalin” sendo vendidos regularmente.

Mas algum funcionário dentro da Valve que tem sérios problemas de autoestima e mentais, não consegue separar um desenho da realidade, olha pra personagens estilo anime e decide: “Não vou aprovar esse jogo”. Recentemente, a Valve rejeitou o jogo “Angelic☆Chaos RE-BOOT”, depois de ter curiosamente aprovado o jogo (até pouco tempo atrás era possível adicionar a novel a sua lista de desejos). Não é a primeira vez que a Valve rejeita visual novels por razões desconhecidas. E provavelmente não vai ser a última, porque né…

Enfim, pouco tempo após o último capítulo de Hiveswap Friendsim ter sido lançado, sua continuação direta começaria a ser serializada no Steam, entre Setembro de 2019 e Abril de 2020, Pester Quest foi lançado em 14 episódios.

E no fim de 2023, o jogo, juntamente com Hiveswap Friendsim foi lançado nos consoles, de maneira separada, ou no pacote Pestersim, combinando as duas visual novels,com um bom valor de compra. Será que vale a pena a compra? Confira na segunda parte da nossa análise do pacote Pestersim, com a parte relativa a Pesterquest.

Reprodução: What Pumpkin Games, Fellow Traveler

Fazendo mais amigos, mas dessa vez, sem acidentes de naves

Após os eventos de Friendsim, nosso protagonista está de volta a Terra, e o que ele continua a fazer? Amigos. Nem que pra isso, ele tenha que mentir, e ser um tremendo cuzão em relação aos outros personagens, ou seja, agindo feito um usuário do Twitter/X. Dessa vez, não estamos limitados a Alternia, já que dependendo do capítulo, você estará na Terra, ou no planeta natal dos Trolls, e isso também influencia se você terá um ou dois personagens para interagir.

Usualmente nos capítulos que se passam na Terra, você fará amizade com os personagens humanos de Homestuck, e nos capítulos de Alternia, dois trolls estarão lá, esperando a nossa amizade, quer eles queiram ou não. Cada rota é extremamente curta, durando entre 5 e 10 minutos, com poucas escolhas. Isso é um positivo, pois dá um certo valor replay, mas por outro, impede alguém que nunca ouviu falar no produto, de realmente apreciar os personagens excêntricos, pois não os conhecemos, o que torna o conceito de amizade do jogo meio superficial.

Para uma visual novel em geral, especialmente se tratando de algo baseado em uma propriedade, mostrar o máximo dos personagens é essencial, coisa que infelizmente, Friendsim não faz. Se você não conhece a franquia, vai ficar perdidinho feito eu fiquei. É uma experiência até agradável, se você conseguir se inserir naquele mundinho, mas a falta de tempo com os personagens não ajuda, uma pena, porque o humor é interessante, e o primeiro volume foi escrito pelo autor da webcomic, acho que vale a pena mencionar isso.

Sim, eu repeti o texto de Hiveswap, porque o jogo tem o mesmo problema de seu antecessor, é tudo muito curto e o personagem sendo cuzão, não ajuda muito.

Reprodução: What Pumpkin Games, Fellow Traveler

Musicas variadas, arte consistente e fiel

Graficamente, o jogo conta com uma equipe de variados artistas (se você for um sem vida como eu e consultar a wiki, verá que vários desenhistas foram responsáveis pelos personagens, backgrounds, e telas de final do jogo e os personagens foram traduzidos de forma fiel de uma mídia pra outra. O que honestamente não é algo difícil, já que os designs são relativamente simples. Mas não tão simplistas quanto as artes de finais.

Quando eu digo que os designs foram traduzidos de maneira fiel, me refiro a adaptação, porque obviamente os personagens estão esteticamente diferentes da contraparte em quadrinhos, mais fiéis nos designs. Digo aqui, os personagens estão um pouco melhor desenhados que em

A trilha sonora conta com composições boas, feitas por artistas que já contribuiram para a série, incluindo aí Toby “Radiation” Fox, que em 2009 havia contribuído com faixas pra webcomic, e coordena a Equipe de Contribuição Musical da série.

No geral, o audiovisual do jogo é aceitável, se você é familiarizado com o universo de Homestuck, para todos os outros, pode parecer estranho.

Reprodução: What Pumpkin Games, Fellow Traveler

Para fãs de Homestuck, recomendado, para todos os outros, nah

Em termos de valor, Pestersim até que agrega, trazendo Hiveswap Friendsim e Pesterquest por um preço razoável (considerando o preço de cada jogo separado)… Mesmo no Playstation (que ainda é caro), ainda que no Switch seja mais em conta. Pester Quest é um pouco superior a Hiveswap Friendsim, apesar de contar com um protagonista cuzão.

Mas no fim do dia, o que vale, é que se você não for familiarizado com o universo de Homestuck, não irá tirar tanto proveito desses jogos, e eles não são baratos. Mas eles costumam estar em boas promoções…

Nota (Pester Quest): 7/10

Nota (Pestersim) 7,5/10

Pester Quest e Pestersim estão disponíveis para PC, Playstation 4, Playstation 5 e Nintendo Switch. Esta análise foi feita com uma cópia de PS4, cedida gentilmente pela Fellow Traveler.