Archetype Arcadia | Pela irmãzinha!

Archetype Arcadia | Pela irmãzinha!

03/11/2023 0 Por Geovane Sancini

Se você é um jogador das antigas, o nome Kemco certamente é associado com a série Top Gear, já que com exceção dos dois últimos títulos (RPM Turning e Top Gear Downforce não foram publicados por ela), era comum ver o nome da Kemco na capa ou tela título dos jogos. Claro, que não foi só isso que eles publicaram lá no passado, haviam outros jogos, inclusive alguns de índole questionável, como Batman Beyond: Return of the Joker (N64/PS1/GBC), Catwoman (GBC), Batman: Dark Tomorrow (Xbox/Game Cube), além da série Crazy Castle.

Após o período de hiato no meio dos anos 2000, a Kemco passou a focar no mercado mobile com uma míriade de RPG’s, que você deve ter esbarrado graças aos portes no PS3, PS4, PS Vita e outras plataformas, mais recentemente. Não apenas RPG’s, a Kemco também passou a trabalhar em visual novels, em conjunto com outras desenvolvedoras.

Em Outubro de 2021, a Water Phoenix e a Kemco lançaram no Japão, para Playstation 4 e Nintendo Switch, a novel Archetype Arcadia, que três meses depois (janeiro de 2022) apareceria nos PC’s, com um porte mobile aparecendo mais tarde no mesmo ano. E agora, dois anos depois de seu lançamento japonês, graças a PQube (que já havia localizado outra novel da Kemco, Raging Loop), Archetype Arcadia chega ao ocidente. Confira a nossa análise.

Reprodução: Kemco/Water Phoenix/PQube

A Internet tem a salvação para a nossa irmãzinha

O jogo se passa em um mundo pós-apocalíptico onde uma doença misteriosa chamada ‘Peccatomania’ (Também conhecida como Pecado Original) destruiu a maior parte da humanidade. A história gira em torno de Rust e sua irmã, vagando por terras vazias e procurando desesperadamente por outros humanos vivos. Todos os outros seres humanos foram supostamente vítimas desta doença que faz com que aqueles que sofrem de insanidade, ilusões sensoriais e impulsos autodestrutivos incontroláveis. A única maneira de controlar esses sintomas é passar um tempo dentro de um jogo virtual chamado Archetype Arcadia.

Rust não sofre da doença, mas quando um dia sua irmã misteriosamente fica inconsciente, ele deve entrar no jogo virtualmente envolvente e navegar neste mundo invisível para encontrar uma solução para sua irmã. Dentro do jogo existe um mundo totalmente novo cheio de pessoas e monstros. Um mundo em que usar um dispositivo de jogo permite aos jogadores utilizar memórias poderosas e avatares correspondentes para lutarem entre si. Embora esta existência virtual supostamente atrase a doença, ela também traz consequências graves.

Enquanto Rust luta neste estranho mundo em busca de uma cura, ele conhece várias pessoas com identidades e origens inesperadas, faz amizades inquebráveis e, sem dúvida, alguns inimigos ao longo do caminho. A história e premissa de Archetype Arcadia não são incomuns, mas são interessantes, ainda que seu protagonista seja um tanto ingênuo e otimista em excesso, considerando que o mundo lá fora está uma merda.

Reprodução: Kemco/Water Phoenix/PQube

A longa duração é sua força, mas também é sua fraqueza

Dentre as visual novels que já analisei aqui no Arquivos do Woo, Archetype Arcadia certamente está entre as mais longas, com cerca de cinquenta horas de conteúdo, que pra quem é fã do gênero, é um custo benefício, considerando os diversos finais que o jogo possui. Mas também é uma das fraquezas do mesmo, já que o começo arrastado pode afastar alguns, e a longa duração também acaba cansando.

Porém, para aqueles que perseveram (depois de sobreviverem ao protagonista ultra otimista), temos uma história envolvente com seus altos e baixos, dividida em oito capítulos. A trilha sonora é um dos principais fatores responsáveis pela atmosfera do jogo, especialmente a melancolia pretendida. A dublagem, apesar da maioria do elenco não ter muitos papéis (de acordo com o VNDB), cumpre bem o exigido com performances decentes.

O estilo gráfico da Novel é o que esperamos de visual novels japonesas, artes bem desenhadas, cenários lindos (e pós apocalípticos), e sprites bacanas. Nada muito sensacional, mas não é de se jogar fora.

Reprodução: Kemco/Water Phoenix/PQube

Talvez numa promoção

Archetype Arcadia é uma visual novel decente com uma premissa interessante, mas que tropeça no começo arrastado e na duração longa demais para a história. Mas, acho que 149,50 é um pouquinho demais pra uma Visual Novel. Então talvez numa promoção, quem sabe.

Nota Final: 8/10

Archetype Arcadia está disponível para Playstation 4, Playstation 5, Nintendo Switch e PC, com a análise feita com uma chave de PS4, gentilmente cedida pela PQube.