Daymare: 1998 | Uma homenagem a Resident Evil

Daymare: 1998 | Uma homenagem a Resident Evil

12/03/2023 0 Por Tony Santos

A história da criação de Daymare: 1998 é curiosa. Alguns anos atrás, um jogo criado por fãs chamado Resident Evil 2: Reborn foi mostrado, sendo um remake do clássico da Capcom, bem antes do RE2 Remake oficial sequer ser divulgado como em produção.

A empresa japonesa, num movimento até bacana, convidou os devs da Invader Studios até Osaka. O motivo do convite? Pedir que eles parassem o desenvolvimento do jogo.

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Mas a história não é tão triste, pois eles tiveram uma reunião aparentemente bacana, e foi sugerido que eles produzissem um título original.

Não só isso, mas o diretor do RE3 original, Kazuhiro Aoyama, entrou no projeto como produtor associado, além de Satoshi Nakai, que já havia trabalho como artista em RE0 e Code Veronica.

Assim, os devs lançaram uma campanha no Kickstarter, que apesar de não ter financiado o projeto como eles gostariam, fez com que o jogo ganhasse atenção. Assim, eles conseguiram publishers para ajudar o jogo a finalmente sair do papel.

Daymare: 1998

Reprodução: Invader Studios

Jogabilidade

Em Daymare temos uma câmera sobre os ombros, a lá Resident Evil 4 (o original), com controles de tanque e tudo mais.

Nosso primeiro protagonista é um soldado da organização H.A.D.E.S, que está num laboratório investigando uma “caozada” que aconteceu lá.

Os controles são bem travados e achei bem estranho ter um botão pra dar pique e outro pra efetivamente correr, porém logo o jogador se acostuma.

Temos também uma mecânica de carregamento de armas que lembra um pouco Gears of War, onde um carregamento “perfeito” faz com que a arma carregue todas as balas, mas se você só apertar o botão de qualquer jeito, seu personagem joga o pente antigo no chão.

Isso eleva a tensão em momentos mais complicados e exige que o jogador tenha sangue frio e não se desespere em momentos de perigo. É opcional mas é como o jogo funciona por default.

Além disso, as balas pegas vão direto pra arma quando ela está descarregada, porém é necessário ter pentes carregados no inventário para ter como reserva.

Até aí tudo bem, porém essa recarga dos pentes é feita MANUALMENTE, e aí eu já acho demais. Não tem necessidade de um complicador tão fora da curva assim num jogo onde o gerenciamento de recursos já é feito o tempo todo.

Reprodução: Invader Studios

Apresentação

O game não é um AAA, então não espere cenários bem trabalhados ou personagens que usam modelos reais como referência.

Aqui em Daymare: 1998, os personagens são bem feios, com cara de assets comprados na loja da Unreal Engine. Aliás, na verdade, todo o game tem cara de que foi montado assim.

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Não é um demérito, mas depois de ver tantos jogos de terror baratos na Steam com essa mesma estética, fica difícil não sentir aquela pobreza visual.

Os cenários também, são bem lineares. A campanha — que dura umas 10 horas — tem pouquíssimo backtracking, sendo nesse quesito bem diferente da sua inspiração criada por Shinji Mikami.

O que mitiga essa linearidade são os puzzles, que são bem complicadinhos — pelo menos de início — e exigem mais do que só sair clicando em tudo que é interativo no cenário.

Daymare: 1998

Reprodução: Invader Studios

Referencias, áudio e sustinho

Em vários momentos do jogo temos referências visuais a Resident Evil. Máquinas de escrever, seu inventário na vertical e até alguns Files citando pessoas que tem relação com a série da Capcom permeiam toda a experiência.

O clima do game é bom e lembra Dead Space em alguns momentos, tanto pela câmera mas também pelo ritmo do jogo.

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Em diversos pontos temos os famosos — e odiados por muitos — jump scares, e neles é onde a trilha sonora sutil se destaca.

Temos vários momentos sem música mas quando ela aparece, ajuda muito a criar um clima tenso, principalmente nos momentos de alertar o jogador.

Daymare: 1998

Reprodução: Invader Studios

Conclusão

Daymare: 1998 obviamente não é uma obra de arte, mas seu potencial é limitado principalmente e somente pelo seu orçamento baixo.

Os desenvolvedores da Invader Studios sabem o que fazem e poderiam fazer muito mais com uma verba maior.

Se você procura algo do gênero de terror que seja fora da curva, não vai se arrepender de conferir esse. O game também está disponível no PC (Steam), Xbox e PlayStation.


Essa análise foi feita com uma cópia digital para Steam e gentilmente cedida pela distribuidora do jogo.