Trilogia Alone in the Dark | Assombração, mistério e ciências ocultas, e não é o programa do Fantástico nos anos 90!

Trilogia Alone in the Dark | Assombração, mistério e ciências ocultas, e não é o programa do Fantástico nos anos 90!

12/02/2023 1 Por Cabelo

A trilogia Alone in the Dark é uma série clássica de terror de sobrevivência que é amplamente considerada uma das pioneiras do gênero. Os jogos foram lançados respectivamente em 1992, 1993 e 1994 pela Infogrames e desenvolvidos pela mesma.

Lembro de ter tido contato com o terceiro jogo da série, lá por 1998 ou 1999. Uma versão dublada e traduzida em português lançada no “Jogos do Estadão” que um amigo tinha e vivia me emprestando.
Na época acabei com um detonado.

Os anos se passaram e comecei a ter interesse por jogos antigos, logo foi impossível ver os diferentes jogos da trilogia em sites de abandonwareCheguei a baixar e rodar os jogos, mas sendo bem sincero eles são difíceis e sendo um adolescente orgulhoso na época me neguei a fazer uso de detonados – Somente recentemente (2019 e 2020) fui criar coragem para terminar todos os jogos. Foi uma experiência!

Como os três jogos compartilham muito em comum, resolvi unificar em um único review, espero que gostem.

Roteiro honesto

Alone in the Dark

Reprodução: Internet

Quando as histórias se baseiam no sobrenatural, vale tudo! Cada uma das diferentes apresentações da tríade tomaram como inspirações fontes como os mitos de H. P. Lovecraft, ocultismo e xamanismo.

O roteiro não apresenta grandes furos. Porém como a jogo não tem diálogos, a história acaba sendo contada através de livros e muita interpretação dos acontecimentos e cutscenes.

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O primeiro jogo permite a escolha entre dois diferentes personagens, o que não muda muito na gameplay. Já os outros jogos da série só podemos jogar com Edward Carnby e controlamos outros personagens em alguns momentos – Na minha opinião, todos entregam uma história honesta e razoável.

Música tensa

Reprodução: Internet

O design de som da trilogia também é digno de nota, com cada jogo apresentando uma trilha sonora assombrosa e atmosférica que complementa perfeitamente a jogabilidade com tema de terror.

O sintetizador utilizado tem o timbre um pouco datado, mas a execução é excelente, ao ponto de me pegar revisitando a trilha em alguns momentos e, se me permitem, indico a Getting into Action e sua linha de baixo.

Já os efeitos sonoros, como o ranger das tábuas do assoalho e o rosnar dos monstros são bem feitos e aumentam a tensão, entretanto alguns efeitos como a morte dos inimigos são bem desagradáveis e altos.

Jogabilidade sofrível

Reprodução: Internet

A jogabilidade da trilogia é centrada na exploração e na resolução de quebra-cabeças, com os jogadores tendo que encontrar itens e resolver quebra-cabeças para progredir na história.

A série também apresenta uma mecânica única de “horror de sobrevivência”, onde os jogadores precisam gerenciar seu inventário e usar recursos limitados, como munição e itens de cura, para sobreviver: Características que definiram o gênero.

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O combate é o grande calcanhar de Aquiles do jogo. É difícil mirar e é difícil acertar golpes, o que torna a experiência de combate frustrante. O ponto bom é que uma grande parte dos conflitos podem(e devem) ser evitados através da boa resolução dos puzzles.

Ah! Uma coisa que me incomodou bastante é que no primeiro e terceiro jogo da série, alguns itens ficam escondidos em estantes e é necessário fazer uma “busca” para adquirir eles. No segundo jogo isso muda bastante, entretanto nele o combate é mais incentivado.

Gráficos datados

Reprodução: Internet

Em termos de gráficos, os jogos da trilogia Alone in the Dark apresentam visuais poligonais primitivos que parecem datados para os padrões de hoje, mas ainda conseguem criar uma sensação de atmosfera e tensão. Não há como negar a influência de utilizar fundos pré-renderizados.

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Jogos como Resident Evil, Final Fantasy, Grim Fandango, Legend of Zelda, entre muitos outros fizeram uso dessa técnica. Um ponto interessante a se mencionar é que o jogo rodava bem até em computador que não eram potentes na época.  Isso graças ao programador francês Frédérick Raynal que tomou cuidado para que a interpolação e quadros das animações se adaptassem a capacidade de processamento.

Considerações finais

Alone in the Dark

Reprodução: Internet

No geral, a trilogia Alone in the Dark é uma série clássica que ajudou a definir o gênero survival horror. Embora os gráficos e a jogabilidade pareçam antiquados para os padrões de hoje, a série ainda vale a pena jogar por sua atmosfera, design de som e mecânica de jogo inovadora.

Recomendo que joguem o primeiro ou o terceiro, o segundo não me agradou tanto. Também recomendo que joguem com um detonado preferencialmente spoilerless ao lado pra não ficar muito travado e salve a todo instante e em slots separados. Sério! Tudo vai tentar te matar nesses jogos.

Vale lembrar que em alguns momentos sofri softlock no primeiro jogo e no terceiro jogo tive um bug de colisão. Em todos os casos era impossível prosseguir no jogo.

Aos curiosos e interessados por desenvolvimento de jogos, indico que assistam o Classic Game Postmortem da GDC com Frédérick Raynal. Raynal participou apenas do primeiro jogo e depois criou a própria empresa onde criou e lançou Little Big Adventure , Time Commando e Little Big Adventure 2.