Criadores de Resident Evil e Silent Hill se sentam para um bate-papo imperdível

Criadores de Resident Evil e Silent Hill se sentam para um bate-papo imperdível

31/03/2022 0 Por Diogo Batista

Shinji Mikami e Keiichiro Toyama, são dois dos maiores, senão os maiores, nomes da indústria dos vídeo games quando pensamos no gênero survival horror. E para a surpresa de todos os fãs, essas duas grandes figuras se reuniram para um bate-papo onde compartilharam histórias, experiências e falaram um pouco sobre suas maiores obras, Resident Evil e Silent Hill.

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O bate-papo aconteceu no Bokeh Game Studio, novo estúdio de Toyama que Shinji Mikami fora visitar. Lá, relembraram os velhos tempos e as liberdades que tinham para criar, além das inspirações que permitiram ambos criarem suas obras atemporais, onde de Toyama de forma descontraída, brincou sobre copiar pequenos detalhes de Resident Evil para ser usado no desenvolvimento de Silent Hill.

Toyama: Obviamente, não fazia sentido simplesmente imitar Resident Evil com Silent Hill; não faria sentido fazer uma cópia. Havia um desafio de tentar fazer todos os fundos com polígonos, porém quando perguntados sobre pequenos detalhes, simplesmente diríamos que copiassem Resident Evil.

Mikami: *risos* É uma técnica famosa quando o diretor está ocupado. Quando você está muito ocupado… Eu mesmo fiz isso no passado. “Claro, apenas faça a mesma coisa que isso”, então eu focaria novamente no quadro maior.

Outro trecho interessante é quando Mikami conta sobre suas frustrações com os filmes de zumbi, e como isso o influenciou na criação de Resident Evil.

Mikami: Eu também assistia a filmes de zumbis quando era estudante, antes de ingressar na Capcom. Na verdade, confirmou que os zumbis não eram a coisa mais assustadora que havia por aí. Zumbis de antigamente eram estúpidos, lentos também. Quando vi Dawn of the Dead pela primeira vez, lembro-me de pensar em como eu sobreviveria, ficaria bravo com os personagens morrendo por causa de suas escolhas estúpidas. Achei que em um jogo, você poderia construir suas próprias escolhas. Você veria isso na sexta-feira 13 também. Você sempre vê esses personagens fugindo juntos, onde um deles tropeça e machuca o tornozelo. Eu sempre penso como eu deixaria aquela pessoa lá e iria embora.

Em outro momento da entrevista Mikami e Toyama relembram da liberdade que tinham para criar, nos anos 90, além das reuniões de estúdios.

Toyama: É difícil transmitir como eram os velhos tempos, quando comecei como diretor, eu faria qualquer coisa. Comecei em um nível em que nos disseram para copiar Resident Evil caso não soubéssemos alguma coisa, eu estava olhando outros jogos para ver como eles funcionavam, nossa estrutura organizacional era próxima de zero. Tínhamos todos mais ou menos a mesma idade, em nossos vinte e poucos anos. Não havia conceito de cronograma ou orçamento. Podíamos fazer o que quiséssemos; se funcionou, ótimo, se não, tudo bem também. Obviamente, isso traz seus próprios problemas, mas me sinto sortudo por poder experimentar esses tempos.

Mikami: Tínhamos mais liberdade trabalhando em jogos do que agora. O ambiente era um inferno, no entanto. Simplificando, era como se fôssemos todos jovens e imprudentes. Ser imprudente quando jovem cria as histórias que tornam nossas bebidas mais saborosas quando somos adultos. É tão divertido sair para beber com pessoas daquela época. Como uma reunião de classe!

Toyama: É mais do que uma reunião.

Esse é um bate-papo que vale muito a pena assistir, até porque trata-se de duas das figuras mais influente da industrias dos jogos. Se você gosta do gênero survival horror, é quase obrigatório conferir

O bate-papo completo pode ser assistido logo abaixo:

Via: Nintendolife