Salt and Sacrifice | Morrem, digo, jogamos o beta

Salt and Sacrifice | Morrem, digo, jogamos o beta

26/03/2022 0 Por Geovane Sancini

Vocês devem saber que eu sou uma bosta em jogos do tipo Souls-like. Todas as minhas tentativas no gênero foram frustradas, em um grau ou outro, desde lá trás no Dark Souls no PC (que curiosamente minha cópia não legítima do jogo me deu achievement na Xbox Live. Lembram do Games for Windows Live? A merda que era? Ainda bem que a Microsoft aprendeu a lição e nunca mais tentou fazer uma loja separada do Steam pra PC, cert… Não, pera.). Onde eu estava? Ah sim, Souls-like.

O fato é que eu fracassei em diversos graus em vários jogos do gênero, e até hoje, o único que consegui terminar foi o Star Wars: Mamãe quero ser Dark Souls, que vai ganhar continuação esse ano.

Desde o lançamento de Demon’s Souls e Dark Souls, muitos jogos tentaram copiar a fórmula dos jogos da From Software, com variados graus de sucesso e fracasso. Até mesmo em 2D, com um dos primeiros (talvez), saindo em 2014 no Japão, e denominado Demon’s Sperm. E sim, é exatamente do que se trata o jogo. O que isso tem a ver com o jogo? Um pouco, já que ele possuía a mecânica típica de Demon’s Souls e era em 2D com sprites.

E em 2016, a desenvolvedora Ska Studios lançou, a princípio exclusivamente para PS4 (com versões para PC, Vita, Xbox One e Switch lançadas posteriormente), Salt and Sanctuary, um jogo que combinava o combate de Dark Souls, com a exploração bidimensional dos Metroidvanias.

Cinco anos depois, uma continuação, foi anunciada com previsão de chegada para esse ano. Intitulado “Salt and Sacrifice”, nós aqui do Arquivos do Woo tivemos a oportunidade de participar do beta.

Continue lendo para saber nossas impressões:

Salt and Sacrifice

Reprodução: Ska Studios

Se você jogou Salt and Sanctuary, esqueça o plot do jogo

Apesar de ser uma continuação, não se trata da jornada do personagem que jogamos no primeiro jogo. Aqui, fomos condenados por um certo crime (o crime é escolhido pela gente quando criamos nosso personagem), e para encontrarmos o perdão, devemos nos tornar Inquisidores e caçar Magos, que estão causando alguma treta maligna no mundo.

Só que as coisas não começam com o pé direito, já que enquanto partia para cumprir seu objetivo, você é atacado e deixado pra se virar sozinho, já que sua condução e o zé que conduzia esse cavalo, estão mortos. Não apenas isso, mas pouco depois de passar por meia duzia de idiotas, um boss gigante acaba contigo, e aí começa a sua jornada de verdade.

Salt and Sacrifice

Reprodução: Ska Studios

Mais bonito que seu antecessor

Pelas screenshots, percebe-se que apesar de continuar sendo uma equipe de apenas duas pessoas, houve um salto gráfico entre Salt and Sanctuary e Salt and Sacrifice, o que meio que era esperado, vide o tempo entre os dois jogos (seis anos). Os sprites estão bem mais bonitos e expressivos, com os cenários ficando mais detalhados.

Porém (não de um jeito ruim), apesar disso, o jogo continua com aquele clima opressivo de seu antecessor, acentuado pelos chefes e inimigos que não vão te dar descanso. E não podemos julgar as músicas contidas no beta por uma razão.

A build que recebemos para teste é uma versão antiga, e as músicas contidas no jogo são placeholders, não pertencendo a trilha sonora final.

Reprodução: Ska Studios

Prepare-se para morrer

Os controles na versão de Playstation… São menos que ideais. Ao menos se você quer utilizar armas de ataque a distância.

Os controles para combate funcionam bem, mas o mapeamento padrão de botões do jogo deixa bem a desejar, se eu for completamente honesto. Talvez por eu estar acostumado com os controles padrão de um souls-like, mas utilizar R1 pra item de cura depois de anos condicionado com o direcional pra cima é contra intuitivo. E mirar pra atirar adagas é complicado, independente do analógico usado. Isso dá uma vantagem para a versão de PC, por razões óbvias.

O combate, depende um pouco da classe escolhida, mas não foge do padrão souls, com estamina, defesa, esquiva e ataque sendo partes primordiais. E se o mapeamento de botões pode confundir, o combate funciona muito bem, obrigado. Claro, como um bom Souls-like, fique sem estamina na hora errada, erre um ataque e você vai ficar com a guarda aberta a ataques que podem ser letais, especialmente se você estiver com dois ou mais inimigos próximos de você.

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Os combates contra chefes bebem da mesma fonte de Souls, aprenda os padrões de ataque, evite os ataques e contra ataque nos momentos certos. E assim como em Souls, conforme tiramos vida dos chefes, os mesmos adicionam padrões adicionais, tornando os combates interessantes.

Conforme se avança no jogo, novos recursos passam a ficar disponíveis, como o Grapple Hook (disponível na demo), e como todos sabemos, Grapple Hooks deixam os jogos 78% mais divertidos, Grapple Dog é a prova. O gancho em Salt and Sacrifice permite atingir áreas antes inacessíveis, desde que haja um ponto para arremessar o gancho, e o uso do mesmo requer um pouco de timing e precisão na hora.

Infelizmente, eu não pude testar o multiplayer, por motivos de força maior (eu não sou lá o maior fã de multiplayer e estava ocupado jogando outro jogo que vocês devem saber em breve – Ou sabem se me assistem no Twitch), mas o jogo possui PVP, então se você está acostumado a ser invadido em algum Souls, vai se sentir em casa aqui.

Reprodução: Ska Studios

Souls-like não é a minha praia

Apesar do mapeamento de controles ser um tanto medíocre na minha opinião, Salt and Sacrifice parece ser uma boa pedida, caso tenha curtido o primeiro jogo. Como Souls-like não é a minha especialidade, não tratem minha opinião como definitiva, mas justamente como uma opinião.

Salt and Sacrifice chega no dia 10 de maio para PlayStation 4, PlayStation 5 e PC.


Este texto foi feito com base na versão de PlayStation 4 com uma cópia digital do beta gentilmente cedida pela Ska Studios.