Milli and Greg | Volte aqui, gato, se não eu vou explodir!

Milli and Greg | Volte aqui, gato, se não eu vou explodir!

11/11/2021 0 Por Geovane Sancini

O fim do ano está chegando, então sabemos o que significa… MAIS um Call of Duty nas prateleiras, especial do Roberto Carlos, Retrospectivas, o Twitter sendo insuportável, “Black Friday” com jogos pela metade do dobro, e… Enfim, nada de novo no front.

O que isso tem a ver com o texto? Nada, só queria abrir ele com algo diferente. Enfim, eu tenho uma relação de amor e ódio com platformers de precisão. Sei o quanto eles podem ser divertidos, por serem desafiantes, mas chega um momento em que as mortes por 1-hit deixam de ser divertidas e deixam a experiência frustrante. Tem jogos que deixei pelo caminho justamente por isso. Rift Raccoon e Dungeon Escape são exemplos, onde a experiência deixa de ser divertida pra se tornar frustrante.

Bom, parece que um novo jogo do tipo chegou no mercado, com Milli and Greg, do 2nd Boss Studio (desenvolvedores de Savage Halloween), e publicado pela QUByte Games.

Será que ele é um dos jogos onde a frustração domina ou a recompensa é válida pelo esforço? Confira conosco.

GATO, VOLTA AQUI!

A trama do jogo não é galgada em superar a depressão, como Celeste. Nem imbecil feito League of Evil.

Aqui, estamos no papel de Milli, uma garota como outra qualquer, que vive uma vida normal. Certo dia, pouco depois de sua mãe sair para trabalhar, seu gato misteriosamente sumiu.

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Ao invés de postar uma foto dele no twitter pedindo ajuda (ou talvez depois de postar a foto dele no twitter, o jogo não deixa isso claro), ela decide ir atrás de seu gato, passando pelos mais perigosos locais do mundo, onde um toque em espinhos faz a pessoa explodir como em um anime de baixo orçamento.

Mas não meia duzia de espinhos ou 100 fases que a deteriam, ela encontraria seu gato, custe o que custar. Nem que precise passar quinze minutos em uma fase… Desculpem, estou me adiantando em alguns parágrafos. Mas basicamente, Milli precisa encontrar seu gatinho Greg, que parece ser bastante escorregadio.

Salte, morra, decore, conquiste e repita

Primeiramente, vou apontar aqui um dos defeitos (ao menos da versão de consoles) de Milli and Greg.

O idioma do jogo está atrelado ao idioma do seu console e não pode ser alterado a não ser que você altere o idioma do console. O que em pleno 2021 é uma decisão bastante imbecil, se perguntar minha opinião.

Dito isso, vamos lá. O jogo é um platformer de precisão, mas também dá pra pensar nele como puzzle em algumas instâncias. Você obviamente pode pular e usar uma espécie de dash em oito direções, com esse dash recarregando toda vez que você está em uma plataforma/chão. Saber como, e quando utilizar esse dash, é essencial para passar das 100 fases que compõem a campanha principal do jogo.

Existe um botão que dá um zoom na área onde você se encontra na fase, e embora ele não seja tão útil pra planejar seus atos na fase inteira, possui sua utilidade caso você queira fazer algo em específico que precise de um pouco mais de precisão.

Fora isso, não há muito o que explicar, boa parte das coisas do jogo é auto explicativa, algumas plataformas caem, quase tudo pode te matar, tem alguns switches que mudam o estado de alguns blocos. Enquanto que algumas fases dá pra passar sem precisar nenhum planejamento (exceto a parte de jogar que nem gente), outras fases requerem que você pense um pouco e calcule seus passos.

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Caso você queira um desafio extra no jogo, você pode pegar as cerejas em cada fase, e fotos de gato em determinadas fases. Elas são necessárias para alguns troféus, e se minha intuição estiver correta, estão relacionadas as fases extras que se pode desbloquear. Não recomendo pegar as cerejas e fotos de primeira, porque uma run boa pode ser estragada por um erro, logo é melhor retornar a fase pra pegar os coletáveis depois.

O design das fases, é uma sacola mista. O que quero dizer com isso? Obviamente, as fases finais serão mais difíceis que as iniciais, mas algumas das faes acabam sendo mais difíceis que as posteriores. Apesar disso, o jogo não joga tudo na sua cara de uma vez, você vai aprendendo cada gimmick que o jogo possui em situações seguras e mais adiante, muitos deles são combinados em situações onde se deve usar um pouco de reflexos e cálculo de seus movimentos.

Dependendo da habilidade do jogador, algumas fases vão ser uma brisa de passar, já outras… preparece pra perder quinze minutos ou mais nelas. A situação muitas vezes parece ficar frustrante, mas não chega ao nível de frustração que senti nos jogos que mencionei lá em cima.

Milli and Greg

Harmonioso e sonoramente agradável

Sei que isso vai parecer idiota, já que é da mesma produtora, mas a paleta de cores usada em Milli and Greg me lembrou bastante Savage Halloween, apesar dos jogos serem distintos. O jogo possui gráficos em 8bits remanescentes do NES, mas felizmente sem as limitações da dita plataforma.

Os cenários possuem uma aura ameaçadora, talvez por causa do fato de que qualquer coisa pode te matar ali, mas ainda assim são distintos o suficiente pra você saber onde está. O jogo possui alguns diálogos, e os retratos dos personagens são carismáticos até.

A trilha sonora, assim como em Savage Halloween, é fabulosa. Ainda que nenhuma das músicas sequer seja parecida ou inspirada, eu conseguiria ouvir as composições do jogo numa hipotética expansão de Shovel Knight, porque elas me passam essa vibe em específico. E vou tecer aqui o comentário que fiz numa live de Savage Halloween, se eu encontrar esse compositor, pago a ele um pão com mortadela.

Milli and Greg

Desafio na medida certa

Se você procura por um jogo desafiante, mas não muito frustrante, Milli and Greg é uma boa pedida. Tá certo que as vezes a física do jogo é um pouco escorregadia, mas no geral, considerando custo e produto, é um excelente jogo.

Milli and Greg está disponível para Nintendo Switch, PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series S|X.

Essa análise foi feita com uma cópia digital de PlayStation 4 gentilmente cedida pela QUByte Interactive.