Resident Evil Village | A Jornada de um Pai

Resident Evil Village | A Jornada de um Pai

08/06/2021 7 Por Diogo Batista

Resident Evil Village no fim das contas conseguiu. É de longe um dos games que certamente vai surpreender o jogador, principalmente por conta do seu desfecho. Certo, tem sim lá algumas coisas que ainda continuam atiradas como se alguém tivesse achado uma boa ideia, mas nada disso atrapalha.

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Eu levei cerca de quase 11 horas pra fechar o game e te digo, menos tempo do que achei que levaria pra fechar no modo normal. Publiquei o texto de impressões em um dia e dois dias depois finalizei o game.

E quem me conhece sabe o quão medroso eu sou, e bem, só levei alguns sustos bem pontuais. No geral foi uma jornada tensa com muitos tiros no chão e portas que valeu muito a pena no final das contas.

É, parece que venci os meus medos.

Capturado em um Xbox One Fat/ Capcom

RESIDENT EVIL VILLAGE

Se existe algo que realmente merece aplausos aqui é a jogabilidade de RE Village, que faz um ótimo uso do botão bloqueio e o menu rápido, permitindo que Ethan consiga tomar decisões rápidas nas mais adversas situações.

Enquanto nos clássicos tínhamos aquele acesso demorado ao menu, aqui temos uma atalho em cruz e a maleta. O fato de não ter que ir direto ao menu torna tudo muito dinâmico e fluido a jogatina, principalmente em situações de hordas de inimigos.  O que ao meu ver foi pensado para o modo Mercenários, mas isso é algo que deixarei para abordar mais a frente.

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É impossível não deixar de destacar o quão bonito é Resident Evil Village. Falei disso antes, e não há como deixar de citar como os cenários são lindos ao ponto de você querer ficar brincando no modo foto e explorando o vilarejo.

Agora quanto  trama do game, de fato ela inicialmente parece um emaranhado de ideias boas atiradas uma sobre as outras. A parte boa é que tudo no game é explicado, deixando apenas algumas pontas soltas para nos fazer pensar em um nono titulo, além de passarmos a gostar mais de Ethan.

Reprodução/ Capcom

#SOMOSTODOSETHANWINTERS

Ethan não é o protagonista mais querido da série pelo que pude notar, talvez não pelos mais fãs velhos, mas é incrível como suas motivações dentro desse caótico e perigoso universo é uma das mais belas até o presente momento.

Todos os outros protagonistas de alguma forma estão tentando escapar, mas Ethan é o único que realmente faz o oposto e se atira contra tudo e a todos apenas para salvar a quem ama. Não faz discursos longos e motivadores ou sequer quer entender o seu papel dentro dessa espiral de loucura. Ethan é todo coração e emoção e isso faz dele um dos protagonista mais humanos de toda a franquia em minha opinião.

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O fato de não ter um rosto, talvez não seja só uma desculpa para o elemento em primeira pessoa. Oras, Chris tem um rosto e jogamos com ele aqui. O motivo ao meu ver seja para que o jogador se sinta na pele Ethan. Ele é só um cara comum lidando com  algo que foge a compreensão.

Questionei diversas vezes algumas linhas de diálogos e alguns eventos, como o incêndio inicial ou suas reações ao ser desmembrado. Uma pessoa normal não colaria a própria mão e está tudo certo, provavelmente desmaiaria ou sairia correndo. Só que Ethan é apenas coração e não tem tempo para olhar a si mesmo, mais do que isso, ele conseguiu *SPOILER* depois de morto e ter tido contato com o mofo do sétimo game, vencer o contagio e se manter no controle.*FIM DO SPOILER* é algo que somente os lordes das sombras e Mãe Miranda haviam conseguido.

Bem, cabe diversas discussões sobre trechos do game por conta de pontas soltas a cerca do personagem. E também sei que algumas pessoas podem simplesmente discordar e tá tudo bem, mas deixo o registro de como mudei minha impressão sobre Ethan Winters, um dos melhores personagens de RE.

Resident Evil Village

Nesse trecho aqui só consegui lembrar da cena do Howard O Pato enfrentando o alienígena – Capturado em um Xbox One Fat/ Capcom

Desbloqueáveis & Coletáveis

O modo mercenário é algo que muita gente gosta, pelo motivo que é viciante se tu parar pra brincar um pouco.  Eu particularmente não sou lá um grande amante desse modo de jogo, mas cheguei a brincar um pouco em RE3.

É um modo que é mais do que bem-vindo para aqueles que já fecharam o jogo e quer prolongar a vida útil dele, afinal, não conta com DLC’s por enquanto. O que acredito que não vá demorar a ser anunciado, visto que o sétimo game recebeu algumas.

O que senti falta aqui foi de controlar outros personagens, mas entendendo que é um game em primeiro pessoa, isso não faria lá grande diferença contanto que pudéssemos sentir essa diferença no gameplay.

E destacando outro elemento interessante do game, são os desafios que garantem pontos para usarmos na loja bônus após a conclusão do jogo. Cada desafio executado no modo história ou no modo mercenários garantem pontos que vão permitir comprar armas novas, que estarão disponíveis na loja do Duke.

Após a conclusão também estará disponíveis trechos da captura dos movimentos dos personagens, bonecos, artworks e diversas coisinhas interessantes.

Ah, tem umas cabras de madeiras para ser encontrada e destruída ao longo do game.

Resident Evil Village

Capturado em um Xbox One Fat/ Capcom

Os lordes das sombras

Resident Evil Village é um dos jogos da franquia mais redondinho que eu joguei até o momento. Ele comete alguns pecados, mas isso é compreensivo visto que abraça o gameplay do quarto game que é mais focado na ação.

Por outro lado ele tenta equilibrar isso ao entregar uma experiência diversificada ao introduzir vilões temáticos.

Não dá pra negar que o trecho mais assustador é na mansão Beneviento, só que aquilo é algo que qualquer um que tenha visto Outlast ou qualquer outro game do gênero não vai se espantar tanto, visto que colocar o jogador desarmado não é nenhuma novidade.

O bebê é assustador, eu sei, eu sei, mas não é um risco real se tu se atentar ao caminho que ele faz. É até simples de passar por essa fase, mesmo que nervoso.

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Depois temos a fase do Salvatore Moreau, onde você passa mais tempo realizando puzzles do que combates, que até tem uma horda de licano no inicio do mapa, mas enfrentar o Moreau na sua versão mutante é fácil, sem grandes exigências de habilidade para derrotá-lo.

Então chegamos no trecho do Karl Heisenberg, um dos mais longos depois da mansão Dimetrescu. Conta com Inimigos que visualmente até nos intimida inicialmente, mas basta conhecer o seu trajeto e limitação de área pra ficar fácil de lidar. O combate contra Heisenberg mutante também não é nenhum bicho de sete cabeças, alias, nenhuma boss battles é realmente desafiadora.

Certo, mas temos níveis de dificuldades para selecionarmos que tornam os inimigos mais resistentes e quase esponjas de balas. Bem, isso não é o tipo de desafio que nos traz brilho aos olhos. E entendam bem, não estou dizendo que o jogo seja ruim por conta disso. Resident Evil Village quer nos contar uma história e ele o faz bem.

Resident Evil Village

Capturado em um Xbox One Fat/ Capcom

Conclusão

Resident Evil Village é um game memorável por razões que somente jogando vocês compreenderiam. Não é isento de criticas, mas acerta mais do que comete erros, pois entrega uma experiência de alto fator replay e com momentos únicos.

O fim do jogo é algo que realmente lhe causa um misto de sensações, seja pelo desenrolar ou pela forma como é finalizado os créditos. E se me permitem dar um conselho, não assistam gameplays ou busquem algo relacionado a história do jogo no YouTube.

Se resguardem para jogar do inicio ao fim e ter uma experiência completa com o titulo, como aconteceu comigo. Não tente ter uma experiência real com um game se baseando no que outra pessoa achou, porque nunca será igual.

Essa análise foi feita com uma cópia digital de Xbox One cedida pela Capcom.