Morbid: The Seven Acolytes | Uma joia bruta

Morbid: The Seven Acolytes | Uma joia bruta

08/04/2021 0 Por Geovane Sancini

Nas inúmeras conversas que tive com amigos pela Internet, uma coisa que é unânime, é que o gênero souls-like saturou bastante nos últimos anos, desde o início de tudo com o “Masocore” original, Demon’s Souls.

Agora, muitas produtoras fizeram suas tentativas no gênero (até falamos aqui no site de algumas delas, como Mortal Shell e Chronos, além da prévia de Nioh 2) e colocaram sua marca própria, indo por uma gama imensa de temáticas (existe até mesmo uma “Safadinha” que descobri por acaso) e tendo resultados diferentes, algumas tiveram destaque, outras nem tanto.

LEIAM – Disney’s Tarzan | Uma desafiadora aventura no N64

A Desenvolvedora finlandesa Still Running até então havia feito dois jogos de relativo sucesso, Zombie Kill of the Week (PC), que é, sendo direto e reto, um Killing Floor em 2D, um jogo veloz e brutal, mas muito divertido e The Walking Vegetables (Multi), um top down shooter que também tem uma natureza veloz, mas com uma pegada diferente de Zombie Kill of the Week.

Por alguma razão, eles resolveram experimentar o gênero Souls-like com Morbid: The Seven Acolytes. Será que eles sucederam nessa missão?

Hora da caçada para salvar o mundo… Ou algo do tipo.

Você é a última Striver sobrevivente, uma guerreira feroz com a missão de derrotar os Sete Acólitos, poderosos monstros possuídos por deidades ancestrais, conhecidas como Gahars.

Os Gahars são ligados aos corpos dos Acólitos e através deles, conquistaram Mornia, escravizando a população e amaldiçoando o reino.

Hoje em dia, Mornia está em ruínas, os Gahars são reverenciados como deuses, enquanto os Sete Acólitos reinam sobre tudo, com seus malditos subordinados. Ainda existe a esperança, de que um dia, um Striver de valor surgirá destruindo os Acólitos, banindo os Gahars e redimindo Mornia.

Uma premissa simples, que esconde muito por detrás dos pixels bonitinhos que você vê na tela, se quer saber a minha opinião.

Mate, morra, aprenda e evolua… E morra mais um pouquinho porque isso é um souls-like.

Como eu devo ter dito, em alguns reviews, Souls-like não é lá a minha praia. Eu sou muito ruim. Mesmo. Não tô mentindo. Dito isso, apesar de não ter escolha de dificuldade, como Chronos, Morbid é uma das experiências mais fáceis no gênero, porque seus controles são de fácil assimilação.

Primeiro, porque ele não usa os malditos botões de ombro para ataque, e sim os botões da face, como todo jogo decente. E segundo, eles não são muito complicados de se aprender. Você aprende como jogar, num “tutorial” (aspas enormes porque não é tutorial) espalhado em livrinhos pelo mapa.

Você tem ataques fracos, fortes, esquiva (essencial nas batalhas contra chefes.), atalhos para itens no direcional digital do controle, um botão de defesa (que funciona como parry) e a possibilidade de ter uma arma de fogo (com a mira funcionando no segundo analógico nos consoles e o mouse no PC) adiciona uma camada de estratégia ao jogo.

Como qualquer Souls-like que se preze, obviamente pessoas diferentes vão preferir tipos diferentes de armas, mas é claro que para isso, você deverá encontrá-las na sua jornada. E caso sua familiaridade seja com mais de uma arma, não tema, pois você possui dois sets de armas diferentes para se divertir mais ainda (ou fracassar, como no meu caso, já que eu a princípio não tinha equipado arma no segundo set e fui querer matar um inimigo no soquinho, com resultados questionáveis).

LEIAM – Dude, Where is my beer? | Eu quero goróó

Tudo bem, chega de enrolação genérica, no curto e grosso, o combate de Morbid é bem gostoso, talvez pelo fato do jogo ser em 2D, como um Action RPG, a sensação do ataque conectando e a esquiva logo em seguida, é bem satisfatório.

O jogo possui um sistema de sanidade, que eu… Não sei como funciona, não por burrice minha, mas porque itens de recuperação da sanidade são fáceis de serem encontrados e com a opção de sempre respawnar as coisas ao meditar na Bonfire, digo, enfim. Dá pra Respawnar as coisas e farmar itens pra manter a sanidade de boa nas etapas mais avançadas.

E talvez seja só eu sendo burro, mas as armas de fogo as vezes parecem desajeitadas, mas novamente, talvez seja eu sendo burro… O que é provável.

O que não é burrice minha, entretanto, é que o jogo tem uma leve tendência a crashar. Nas minhas jogatinas, registrei pelo menos três ou quatro crashes, felizmente sem consequências negativas.

Horrendamente belo e sonoramente fabuloso

Morbid

Morbid: The Seven Acolytes é graficamente é muito bonito… E sangrento. Os cenários possuem muitos detalhes, pequenos ou grandes, objetos que quando são destruídos, deixam partículas que vão sumindo. E cada cenário é distinto um do outro, em diversas partes do jogo, meio que dando a entender que é um mundo complexo e não um monte de mesma coisa que parece igual e te leva ao tédio.

Os inimigos e NPC’s também tiveram bastante cuidado na hora de serem feitos, da animação ao design, mostrando que tinha um certo carinho de quem produziu na hora de fazer as coisas. Mas, isso também tem um negativo. Não em relação as animações, inimigos e NPC’s, mas aos cenários.

LEIAM – Mortal Shell precisa de um modo easy urgentemente

Tem horas que é meio difícil discernir entre o que dá pra passar por cima e o que é simplesmente vai te bloquear. É só uma pequena implicância, mas que vale a pena mencionar. Aliás, outra coisa que esqueci de mencionar, o jogo tem sangue… Muito sangue, e gore. Mas, nada dessa brutalidade é colocada em vão ou pra te chocar, tudo é feito na medida certa pra passar o horror que cai sobre a terra de Mornia.

A trilha de Morbid é muito boa, assim como o design sonoro. O design é básico, mas passando a ideia do jogo e a trilha… Bem, Simo Talasranta fez um belíssimo trabalho, com os cenários tendo temas suaves e sóbrios, e nas batalhas contra chefes, a coisa muda com temas mais na pegada de combate e cada música é melhor que a do chefe anterior.

Minha favorita é certamente o tema do combate contra o Maestro Bibe, que é um tema bem animado.

Uma joia bruta, que precisaria de talvez um pouquinho mais de polimento

Morbid

Eu de fato recomendo aqui o jogo, mas… Dependendo da sua situação monetária e plataforma, eu recomendaria esperar uma promoção.

É um jogo leve em sua versão PC, então sua batata provavelmente vai rodar ele (pelo menos de acordo com as especificações do PC, rodaria no meu), então se não tem um PC bom o suficiente para rodar os Souls da vida, Morbid é uma boa alternativa.  E como o jogo também está disponível para PS4, Switch e Xbox One, todos podem aproveitar esse belo jogo.

Se dessem um pouquinho mais de tempo para polir o jogo, seria uma experiência maravilhosa, mas é muito bom do jeito que está.

A análise do jogo foi feita com uma cópia gentilmente cedida pela produtora.