Taxi Chaos | Análise do Crazy Taxi genérico

Taxi Chaos | Análise do Crazy Taxi genérico

27/02/2021 0 Por Tony Santos

Travessia Maluca

Se você chegou nesse texto, acredito que o gênero de “jogo de taxi” não precise de apresentação. Eu falo “gênero” mas sabemos que ele possui apenas uma série que é o Crazy Taxi original da Sega (desculpe Simpsons: Road Rage).

O primeiro game da série foi lançado em 1999 para os arcades, sendo desenvolvido pela Hitmaker (antiga Sega AM-R&D3), com o popular port para o Dreamcast saindo no ano seguinte.

Taxi Chaos

O game consistia em dirigir por uma cidade pegando passageiros e levando-os do ponto A ao B, ganhando mais tempo dependendo da velocidade em que o jogador conseguia fazer o percurso.

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Tudo ainda era acompanhado da ótima trilha sonora com sucessos do punk rock da época, como Offspring e Bad Religion (pelo menos nas suas primeiras versões).

A premissa era simples, mas fez tanto sucesso que gerou duas sequências e alguns spin-offs, como o ótimo Crazy Taxi: City Rush, para celulares.

Caos de Taxi

Obviamente que essa longa introdução — que eu eu disse ser desnecessária mas que fiz assim mesmo — era pra situar o leitor no contexto em que joguei Taxi Chaos.

O jogo foi lançado de surpresa no dia 23 de fevereiro de 2021, com apenas um trailer divulgado no dia anterior, falando que estavam trazendo de volta o “gênero de jogos de táxi” (heh). Obviamente que a ideia era simplesmente refazer Crazy Taxi com outro nome, mas será se conseguiram?

Jogabilidade

Taxi Chaos é uma cópia carbono do jogo da Sega. O design da cidade e os controles são muito similares a sua inspiração de 22 anos atrás.

Temos pistas com bastante espaço e controles que respondem rapidamente, principalmente na hora de desviar do tráfego.

Temos também um botão de pulo que ajuda a passar por engarrafamentos ou ajudar nas manobras, tirado de Crazy Taxi 2.

Para os jogadores mais hardcore, temos as arrancadas que aqui foram bastante facilitadas: ao invés de combinar troca de marcha com o acelerador, temos controles mais simples, sem marchas e que para sair no turbo, basta segurar freio e acelerador por alguns segundos e soltar. Funciona melhor que na série em que foi inspirado e talvez seja seu único ponto positivo em relação a ela.

O loop do jogo permanece o mesmo: os passageiros possuem um círculo ao redor deles da cor correspondente a dificuldade do trajeto — verde, amarelo e laranja, assim como em Crazy Taxi — e após botar alguém no carro, aparece a lendária setinha no topo da tela indicando o caminho.

Diferentemente dos primeiros jogos da série da Sega, a seta aponta sempre para a pista e não diretamente para o destino, de forma que o jogador não se perde tanto.

Apresentação

Aqui temos um jogo fraco visualmente. Os menus são chatos e desinteressantes, grandes como jogos de celulares mas com cores mortas que não combinam com o estilo meio doidão do jogo.

Temos apenas dois motoristas, um cara de meia-idade italiano e um clone da Karol Conká, com algumas opções de táxi para os dois, que devem ser desbloqueados ao jogar.

Trilha Sonora

Taxi Chaos

Acho que aqui temos o ponto crucial que vai fazer as pessoas decidirem comprar ou não esse game. Taxi Chaos simplesmente não possui músicas boas.

Não há sequer uma tentativa de licenciar algumas músicas menos populares do mesmo gênero que as presentes em Crazy Taxi. O que temos é a mesma música que toca no menu inicial, que sequer pausa para entrar no jogo em si.

Taxi Chaos

Não sei qual foi a ideia da Team6 Game Studios, mas a minha hipótese é de que eles contam que o jogador vai simplesmente abrir o Spotify e deixar a trilha que quiser tocando por cima do jogo, já que existe a opção de retirar a música no menu de pausa.

Mas isso é deplorável, pois o jogo deveria ser autossuficiente em todos os quesitos. Criar um jogo baseado numa franquia que tem na trilha sonora um dos seus pontos mais fortes e deixar fora no seu clone é ridículo e foi o que me fez desanimar completamente dele.

Conclusão

Taxi Chaos

Taxi Chaos foi feito por um estúdio pequeno com base na Holanda, que é especializado em fazer clones modernos de franquias antigas, como por exemplo Road Rage, um game copiado de Road Rash e que foi muito mal recebido pela critica em seu lançamento.

Seu clone de Crazy Taxi tem seu valor, como as conversas engraçadinhas dos motoristas com os passageiros, além dos controles bem responsivos. Porém, a apresentação geral chata e a falta de músicas decentes simplesmente tiram 90% do valor do jogo, que talvez nem existisse caso a Sega desse valor para a sua propriedade original.

Taxi Chaos está disponível para os consoles Nintendo Switch, PlayStation 4, Xbox One.