007: NightFire | Análise Retrô

007: NightFire | Análise Retrô

12/01/2021 2 Por Tony Santos

Mais um aventura Bond

Anteriormente aqui no site, fiz um review do bom 007: Agent Under Fire, primeiro game do James Bond para o PS2 (e GameCube).

Por se tratar de um game bem curto — com apenas doze fases — resolvi imendar direto na sua sequência, NightFire, e não me arrependi.

O game usa o anterior como base e melhora o que dava pra melhorar. Tornando o combate e os controles bem mais suaves, além de missões menos irritantes com mais checkpoints.

Melhorias necessárias

Falei muito do jogo anterior sobre como mirar em games de FPS da geração PlayStation 2 era ruim. Era impossível, com aqueles analógicos, atingir a precisão necessária pra se dar um tiro na cabeça, por exemplo. Em NightFire, isso foi mitigado com o uso da mira manual.

Essa por sua vez, estava presente em Agent Under Fire, porém sem a precisão vista em GoldenEye, por exemplo.

Aqui a EA melhorou bastante, trazendo uma sensibilidade menor quando você começa a arrastar a mira pela tela, e aumentando conforme você segura o analógico. Isso facilita a precisão e ajuda até em combates frenéticos.

 

Bugigangas de volta

Assim como na aventura anterior, Bond não se limita só a dar tiros. Ainda temos o laser, o gancho e o decodificador, porém de forma mais intuitiva.

A mira do laser foi melhorada junto com a das armas, então nada de ficar meia hora tentando derreter um cadeado, pois Bond agora pode fazer isso mais rapidamente.

O gancho dessa vez possui um indicador visual mais claro, onde lugares que podem ser usados para se dependurar ficam marcados com uma mira verde, e não somente com uma tampa de ventilação, como no outro game.

Já o item de decodificação serve para abrir diversas portas e armários secretos no jogo. Em algumas fases é possível vasculhar a área e achar o código exato, mas caso você tenha tempo, é possível perder um minutinho na porta tentando abrí-la.

E nem pense em ver os códigos na internet, pois eles mudam a cada vez que você entra na fase. Espertos demais.

Além disso, todo o uso dessa parafernália se dá com o gatilho (R1), dispensando assim um botão próprio pra isso, de forma a simplificar os controles.

Variedade das fases

NightFire traz de volta as fases de carro do game anterior, agora com uma direção levemente melhorada, mas sem o polimento de jogos da corrida da EA da época (principalmente Need for Speed).

Obviamente que não é o prato principal do jogo, mas eles fizeram um esforço pra tirar a simplicidade dessas cenas de direção. Ao invés da fase com um tanque vista em AUF, aqui temos uma com um helicóptero, onde bonde apenas atira enquanto a Bond Girl da vez pilota.

Outra fase maravilhosamente bonita é a do fundo do mar, onde seu Aston Martin vira um submarino, e Bond deve usá-lo para destruir outras embarcações e desviar de minas pelo caminho. Apesar de muito bem feita, essa fase é a mais difícil do game, por simplesmente não ter checkpoints.

E falando em checkpoints…

Qualidade de vida melhorada

Reclamei bastante do game anterior pelo uso do sistema arcaico de Vidas, onde o jogador só tem 3 tentativas pra passar da fase, caso contrário ele deve voltar do início.

Além disso, perder vidas implica em diminuir a pontuação. Logo, morrer antes de algum checkpoint nos leva a simplesmente reiniciar a fase pelo menu.

Aí você se pergunta: “Nossa, mas pontuação também é arcaico, não?”. Bem, sim, porém é com ela que você liberava itens como armas melhores e coisas extras, tanto pra campanha single player quanto para o multiplayer.

Isso foi um grande problema do game anterior, mas em NightFire o sistema de vida foi embora, graças a deus.

Os checkpoints estão mais recorrentes, ainda que em algumas fases (como a do submarino) eles simplesmente não existam ou sejam muito distantes.

A penúltima missão, por exemplo, exige que o jogador faça dez minutos de uma série de obstáculos, como passar despercebido por inimigos, desarmar três lances de armadilhas em locais diferentes e ainda matar um chefe, tudo isso antes do primeiro checkpoint!

Realmente é algo que o grupo de QA da EA deixou passar batido, provavelmente pelo tempo de entrega do game.

Conclusão

Lançado apenas um ano após Agent Under Fire, 007: NightFire é outro ótimo FPS de seu tempo, esquecido por não ser uma franquia própria de videogames e sim um jogo licenciado.

Porém, não se confunda aqui: ele é muito bom pra época, possuindo controles ótimos, trilha sonora com remixes de temas dos filmes e fases bem variadas, não se limitando a ir do ponto A ao B atirando em todo mundo.

Ele também possui uma versão pra PC, mas o port foi muito mal recebido, pois as fases de veículos foram sumariamente cortadas, restando ao jogador pegar a versão de GameCube e jogá-la em HD no emulador, sendo essa uma opção melhor do que a que eu escolhi, que foi jogá-lo no PlayStation 2.


Com isso, fechamos mais um game clássico do agente secreto safadão! Após isso, a EA deu um tempo em jogos do tipo FPS do herói.

Sua sequência, Everything or Nothing, é em terceira pessoa, lembrando muito games como Syphon Filter (PS1). Mas isso fica pra próxima!