Macbat 64 | Um indie com a cara do Nintendo 64

Macbat 64 | Um indie com a cara do Nintendo 64

06/10/2020 0 Por Tony Santos

Morceguinho saltitante

Lançado em 2016 através do Steam Greenlight e portado para o Nintendo Switch em 2020 pela Diplodocus Games, Macbat 64 – Journey of a Nice Chap – foi produzido pelo desenvolvedor indie chamado Siactro (criador de Kiwi 64, do mesmo estilo), que nos trouxe uma grata e pequena surpresa que nos remete totalmente aos jogos do Nintendo 64.

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Nos últimos anos, alguns esforços foram feitos para recriar a experiência de jogos desse console, como Yooka-Laylee e A Hat in Time, mas esses possuem um escopo maior e são focados na ideia de coletar itens, que ficou famosa pelos jogos da RARE no console da Nintendo.

Visual digno do N64

Macbat 64

Em Macbat 64, temos um foco maior em recriar os gráficos. Texturas embaçadas e formas bem poligonais dão o tom ao jogo, que no seu lançamento original, ainda possuía um aspecto 4:3, remetendo às TVs da época.

Apesar de se tratar de uma homenagem aos jogos de fases enormes e abertas da época, aqui temos um game que entende as limitações de ter sido produzido basicamente por uma pessoa só.

As fases são bem contidas, normalmente do tamanho de uma sala, e o jogador deve resolver puzzles simples até chegar a solução final, que permite ir para a próxima fase.

Jogabilidade simples

Macbat 64

O morceguinho Macbat, nosso protagonista, tem o poder de voar até determinada altura, então as plataformas nunca serão um problema. Também não há inimigos em 99% do jogo (tirando o chefe) e uma morte apenas traz o jogador instantaneamente para o ponto inicial.

Isso mostra que o foco aqui não é pular corretamente por plataformas ou sobreviver a ataques inimigos, mas sim resolver as pequenas situações dadas tem tela. Em algumas fases, Macbat precisa coletar certa quantidade de moedas, que são trocadas com um NPC por um item, que por sua vez será usado em outro lugar pra desbloquear alguma coisa no cenário.

Também é notável que mesmo após zerar a primeira parte do jogo, abrem-se novas fases, além da nova habilidade desbloqueável de poder voar infinitamente, podendo até ultrapassar as barreiras do cenário.

Isso inclusive é incentivado pelo jogo, que esconde segredos até atrás de elementos 2D bem no fundo do horizonte.

Tudo é visualmente bem explicado, com alguns personagens dando dicas com diálogos engraçadinhos, remanescentes dos jogos da RARE. Inclusive, o compositor de Banjo & Kazooie, Grant Kirkhope, dubla um macaquinho em uma das fases.

Com isso, caso não tenha ficado claro até agora, nós podemos ver de onde o dev tirou boa parte de suas inspirações.

Conclusão

Macbat 64 realmente parece um jogo do console homenageado em seu nome, só não podendo se passar por um jogo antigo pois em seu port atual para Switch (usado nesta análise), houve uma correção do aspecto de tela para 16:9.

Além disso, sua duração de no máximo duas horas — contando todos os coletáveis e fases bônus — impedem que ele fique lado a lado com jogos daquela época.

O game ainda conta com algumas homenagens a diversos jogos como: Banjo & Kazzooie, Donkey Kong 64, Kirby 64, Mario Kart, Sonic Adventure, Terranigma, Fatal Frame (!) e Metroid, sendo esse último uma forma de nos mostrar como poderia ter sido um game da série em 64-bits, caso a Nintendo tivesse produzido um.

Macbat 64 — Journey of a Nice Chap — é curto e barato, custando míseros R$ 4,49 na Steam e $1,99 no Nintendo Switch, contando ainda com tradução em português, sendo essa uma das três únicas línguas presentes no jogo, além de inglês e alemão.

Caso tenha sobrado um trocadinho do pão e queira uma diversão honestíssima por esse preço, dê uma moral para esse desenvolvedor, pois ele fez algo muito especial aqui, mesmo que seja bem curtinho.
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Este jogo foi analisado com uma cópia pessoal do jogo para Nintendo Switch.


Macbat 64