PREY | Traições, Memórias perdidas e Horror

PREY | Traições, Memórias perdidas e Horror

29/04/2019 0 Por Diogo Batista

O jogo PREY chegou ao serviço do Xbox Game Pass no dia 11 de Março (2019) para a alegria dos usuários da plataforma Xbox. É mais uma excelente adição ao catalogo que já passa dos 200 jogos e conta com títulos de peso.

Bem, eu não podia deixar uma notícia como essa passar em branco, por isso, decidi falar um pouco mais da minha experiência com o jogo. Sim, eu ainda estou jogando Prey. No momento estou com mais de 27 horas de campanha – Alias, vocês podem conferir um resumo das minhas primeiras horas aqui.

Eu estou próximo do fim do jogo, pelo menos dois caminhos rumos ao final eu já completei, mas eu quero mais. Quero saber mais sobre Talos I, eu não quero ir embora tão cedo, por isso decidi focar nas missões secundárias ainda em aberto. Infelizmente em algum momento vai acabar, sinto que estou prestes a descobrir os segredos por de trás dos Typhons e a família Yu.

Agora que consegui atiçar um pouco da sua curiosidade a respeito do título, aconchegue-se na cadeira, pois irei lhes contar sobre minhas aventuras em Talos I.

Prey te leva à uma viagem repleta de reviravoltas e descobertas que realmente vai intrigar o jogador. Com uma variação grande de possibilidades de se conseguir solucionar um único objetivo, ele ainda lhe dá o direito a escolha do caminho que vai trilhar para descobrir a verdade por de trás de todo o incidente.

Podemos dizer que a verdade nesse caso está no espaço e para obtê-la você está disposto a sacrificar o que?

Escrevo essas linhas muito empolgado com os rumos da minha jogatina, ter avançado de maneira lenta e sem pressa foi uma maneira de aproveitar o que esse universo tem a oferecer. Há muito texto e áudio para se ler, algo que eu particularmente gosto muito, mas que pode ser um fator problemático para quem quer apenas sair por ai atirando em tudo o que se move.

Por exemplo: Descobri através de um TranScribe (áudio logs espalhados por todas Talos I) que um funcionário havia adquirido uma pistola dourada modificada. Para você ter uma ideia, descobri acidentalmente o áudio log desse funcionário durante um combate em que fugia de um Fantasma.

Durante o combate eu acidentalmente quebrei uma tela, para minha surpresa ela tinha um fundo falso que me levava a uma escada. Terminando de matar o Fantasma, decidi investigar. Diabos, eu fiquei curioso e decidido a obter essa arma.

Detalhes como esse me lembram muito a minha experiência com Fallout, uma vez que a Bethesda faz excelente trabalho com a franquia no quesito história (menos em Fallout 76).

Obviamente não quero desmerecer o trabalho da Arkane Studios que faz um trabalho maravilhoso, basta lembrarmos de Bioshock. No caso aqui eu só estou comparando o cuidado em estender a experiência do jogador. O mérito é aqui é todo da Arkane que conseguiu aumentar muito a experiência mesmo colocando o jogador em uma estação espacial limitada.

Claro, uma vez que você termina o jogo talvez alguns jogadores não se sintam motivados a retornar, mas creio que isso tenha muito mais a ver com a personalidade e gosto, porque há conteúdo o suficiente para retornar a Talos I. Obviamente você pode focar na história principal do jogo e reduzir drasticamente seu tempo de jogo, mas isso é algo que eu não recomendaria.

Outro ponto que merece muito destaque e acredito que seja uma das coisas que possa ter afastado algumas pessoas, é que para você progredir ou acessar algumas áreas você precisa pensar. As vezes não existe um caminho mais fácil, mas você pode dar um jeitinho e ainda sim conseguir ir por ele.

O nosso personagem Morgan Yu pode obter uma habilidade que lhe permite se transformar em objetos. Eu sei, loucura total, mas é isso mesmo, você pode se tornar em uma xícara e outros objeto se desejar. Seja para se esconder, passar sorrateiramente por locais onde há inimigos ou acessar locais que você precisaria de um cartão, mas não o tem.

Você pode usar isso a seu favor de diversas maneiras durante todo o jogo, seja para acessar áreas fechadas por qualquer brecha ou mesmo fugir dos inimigos. Mas para adquirir uma habilidade como essa tem um custo, lembram que disse no começo sobre sacrifícios, então, nem sempre o caminho mais fácil é o melhor.

Os inimigos do jogo não lá muito diversificado, possuem algumas variações entre si, como mimico e mimico superior, que é mais resistente e normalmente vem descer a porrada na gente. Por outro lado temos os fantasmas que possuem três variações e os telepatas, esses dai muito mais perigosos, pois podem controlar sobrevivente de Talos I e obrigá-los a nos atacar ou usar torretas eletrônicas e acabar com nossa raça.

Há outros além dos citados, como o Tecedor e seu ninho que é um inferno para ser derrubado.

Como eu disse, ele não diversifica muito nos inimigos, mas consegue fazer um bom trabalho com os cinco modelos de inimigos espalhados por toda Talos I.

Meu destaque vai para o typhon Poltergeist, que é um dos inimigos mais chatos de se matar, uma vez que não podem ser vistos. Quem me segue no instagram viu um dos vídeos que fiz do meu primeiro encontro com um typhon dessa espécie. Quando ele aparecer, certamente você já levou o susto.

E temos o Pesadelo, um typhon gigantesco e que te mata no primeiro vacilo que você der enquanto ele o persegue. Todas as vezes em que ele surgir, um contador vai pipocar no canto da tela dizendo que você tem 2 minutos para derrotá-lo ou fugir da criatura. Nas primeiras vezes eu tentei derrotá-lo usando algumas táticas, mas sinceramente, fugir é a melhor solução sempre. Você economizara munição e ganhará algum tempo para refrescar a cabeça.

Você sabe que eles estão em todas as partes, mais o trabalho sonoro brilhante da Arkane Studios faz com a trilha sonora consiga abraçar o jogador e deixá-los tenso a todo momento. Por exemplo: Estou lá em uma areá toda escura com a lanterna em mãos e aquele monte de painéis elétricos em curtos, quando de repente a lanterna acaba e começo a ouvir som de algo colidindo no ferro.

Eu não pensei duas vezes e sai correndo feito um louco para me afastar da areá, com receio de que o Pesadelo estivesse entrando ali.

O jogo possui um sistema de reciclagem e criação de itens e armas, assim você consegue coletar uma variedade de itens e até mesmo reciclá-los para obter componentes que possam ser utilizados na produção de armas, medkits ou neuromods (esses possibilitam aumentar suas habilidades) ao longo do jogo, lembrando que você precisa encontrar os diagramas para aprender a criá-los.

As armas variam de uma Gloo Cannon que permite a imobilização dos inimigos e criar escadas para alcançarmos áreas mais altas. No começo você pode ficar um pouco desapontado, já que espera sair matando tudo o que respira e se move, mas depois de algumas horas você entende o quão importante é essa arma.

Posso dizer que é a nossa arma principal durante todo o jogo é a chave de grifo e a Gloo Cannon secundária. Calma, não to dizendo que não utilizamos outras armas, mas certamente essas duas combinações as mais úteis durante uma boa parte do jogo. Lidar com os inimigos utilizando a shotgun é prazeroso, acredite, mas sendo uma arma tão poderosa, não vale a pena gastar muito de sua munição para lidar com parasitas menores.

Também temos uma pistola silenciosa que certamente consegue nos salvar de algumas enrascadas, mas sempre teremos o problema da munição escassa.

Prey não tem um modo certo de ser jogado e te deixa livre para explorar e solucionar os puzzles da maneira como bem quiser. Encontrou um duto e quer ver até onde ele o leva? oras, vai fundo e explore ao máximo e tente se salvar ao menor sinal de perigo. Não encontrou um caminho dentro da estação, então quem sabe você não consegue acessar um setor bloqueado pelo lado de fora.

O jogo possui essa liberdade toda, mas no fim das contas temos um RPG de tiro bastante competente e que certamente consegue cativar o jogador. Serão horas e horas de diversão para descobrir todos os mistérios escondidos por Talos I, que é um ambiente desafiador e vai cobrar habilidade para ser vencido.

Apesar do jogo ter sido lançado em 2017, ele continua sendo um título que certamente merece mais sucesso e exposição do que foi recebido em seu lançamento. Um jogo diversos conteúdo e modos recebido ao longo de 2018, como o modo arcade MOONCRASH e o multiplayer Typhon Hunter. Em breve escreverei mais sobre essas DLCs.

Vale lembrar que o jogo está disponível com localização e dublagem em português.

Prey é um jogo que merece a sua atenção e vale o seu preço. Claro, agora que ele faz parte do catalogo do Xbox Game Pass, aproveite e dê uma chance a esse excelente título da Bethesda.

*O jogo PREY foi analisado com uma chave digital fornecida pela Bethesda.*