Persona 4: Dancing All Night | Em Ritmo de Festa

29/03/2019 0 Por Tony Santos


A Verdadeira Ressurreição da Deusa



É inegável o sucesso da série Persona. Se você clicou nesse artigo, certamente já conhece ou até finalizou um ou mais jogos da série principal. Essa por sua vez, é um spin-off da série Shin Megami Tensei, que também POR SUA VEZ é um spin-off da série Megami Tensei. Todos os jogos têm em comum o gênero de JRPG e uma temática mais moderna e sombria, sempre mostrando o embate entre jovens e demônios.

Ainda que esse seja o tema principal, desde Persona 3 a série de mesmo nome vem se tornando mais acessível ao público que gosta de JRPG de modo geral, com dificuldade mais balanceada e temas mais populares entre os jovens japoneses. Nesse balaio temos os três últimos jogos da série e seus spin-offs (sim, é um Inception quase), que basicamente sustentam a Atlus — empresa responsável pela série — com merchandising como CDs, figures e até shows musicais.


E dado o sucesso das músicas compostas por Shoji Meguro, foi desenvolvido em 2015 para o Playstation Vita (RIP), o game rítmico Persona 4: Dancing All Night.



Dançando a Noite Toda (ou não)


Apesar do nome, obviamente seria um pouco complicado dançar com um PS Vita na mão, então o que a Atlus fez foi pegar os jogos de ritmo populares e dar seu próprio tom a eles. O esquema é assim: ao redor da tela, temos os ícones dos direcionais cima, esquerda e baixo e os botões triângulo, círculo (ou bola, como falamos aqui) e X. As notas saem do meio da tela para as bordas, e você só precisa apertá-las quando passarem por cima dos ícones. Fácil, não?


Lógico que existem notas especias, como as de apertar dois botões ao mesmo tempo ou fazer um “scratch”, que pode ser feito com um toque na tela ou mexendo os analógicos em qualquer direção. De início, tudo isso é bem explicado e a curva de aprendizado é bem boa, porém nas dificuldades mais difíceis dá pra ficar louco com tanto botão ao mesmo tempo aparecendo.


Existem quatro modos de dificuldade:


Easy (que por incrível que pareça é mais difícil de fazer combos), Normal, Hard e All Night (que é um inferno).




Além dos modos (que variam em velocidade e tipos de combinações de botões), existem modificadores dos mais diversos tipos, que aumentam ou dificultam cada partida, como um item que dobra a velocidade das notas ou outro que faz com que elas desapareçam antes de chegar nos botões.


Os “dificultadores” aumentam os pontos/dinheiro ganhos, enquanto que os “facilitadores” fazem exatamente o contrário. O dinheiro, que é um ponto exclusivo do jogo de dança de P4 — pois foi infelizmente removido em P3D e P5D — serve para comprar itens para os personagens e os modificadores. Toda essa variedade deixa o jogo bem divertido e faz com que o mesmo renda por horas, já que aumentar a dificuldade aumenta a quantia de grana recebida por música e consequentemente agiliza para se completar o jogo com 100%.


Modo História e o problema de visual novels


Infelizmente, nem tudo é perfeito. Existem dois modos de jogo. O Story e o Free Dancing. Pra mim — e sei que isso não é algo que afetaria todos os jogadores — o modo História é apenas um trabalho árduo, onde o jogador é obrigado a ver HORAS de interação entre os personagens em uma Visual Novel. Ou seja: são imagens .png conversando enquanto o jogador tem um ou dois inputs de fala a cada 20 minutos, e em ZERO dessas vezes, a opção escolhida pelo jogador influencia na história.


Eu sinceramente detesto esse gênero, principalmente quando é um livro interativo disfarçado de jogo. Aqui, o diferencial é que entre as longas conversas, tem uma música a ser jogada. Passando dela, é possível usá-la no modo Free Dancing.


Ainda que dê pra aliviar a dor de ver todas as cenas (que acredite: são desinteressantes até pra quem ama Persona 4) usando fast forward, não é possível cortá-las, então prepare-se pra mexer no celular por uns 5 minutos entre cada música nesse modo. Isso, claro, se você não tiver interesse em visual novels, como é o meu caso.




Conclusão


Persona 4: Dancing All Night é um excelente jogo de ritmo, não ficando atrás de outros jogos portáteis do gênero. Quem gosta das excelentes músicas do jogo original, vai amar jogar com elas enquanto seus personagens dançam no fundo, sem falar nos excelentes remixes criados para esse jogo. Pra quem não tem um Vita, ele foi lançado em dezembro de 2018 para PS4, juntamente com suas duas sequencias baseadas em Persona 3 e 5. Em breve teremos texto de ambos aqui mas adianto: as músicas de P4DAN são bem melhores. Jogue logo essa desgraça!