Representatividade: Progresso ou Risco?

18/01/2019 0 Por Geovane Sancini



Um dos maiores papos que temos hoje em dia em qualquer indústria midiática de hoje em dia, é a tal da representatividade. Mas o que ela é, e o que representa no mundo dos jogos? Bem, vamos em frente porque atrás vem gente.


Antes de mais nada, vou logo colocar o ponto principal, antes de desenvolver ele. A representatividade clamada de hoje em dia é um perigo, que põe em risco duas coisas nos jogos daqui em diante, e vou explicar exatamente do que se trata.

O primeiro ponto que vou levantar aqui, é que boa parte das pessoas que clamam “representatividade”, “tem que ter isso, aquilo e aquilo outro no seu jogo”, etc e tal, infelizmente não faz parte do público consumidor de jogos. Tudo o que esse tipo de pessoa quer, são tapinhas nos ombros, um “bom trabalho” ouvido de pessoas que pensam igual a ela, mas na real ela caga pra representatividade, jogos ou qualquer outra coisa, o que ela quer é massagear a porra do próprio ego. 


Você provavelmente já deve ter esbarrado nesse tipinho pela internet.




Tendo dito isso, a representatividade forçada coloca em risco a liberdade criativa dos produtores. Um jogo, seja ele qual for, quer contar uma história, por mínima que seja. A não ser que seja um jogo rítmico… Ou tipos específicos de jogo, mas enfim. Na hora de criar um jogo, você cria todo um mundo ao redor daquilo que você quer trabalhar. E quando você é forçado a criar algo pra agradar alguém, aquilo provavelmente vai criar uma rachadura no processo criativo, mínima, mas vai. E de rachadura em rachadura, o produto final não vai parecer nem um pouco com aquilo que foi idealizado no início. E dependendo do jogo, o estrago pode ser irreparável.


Porque, acima de tudo na hora de produzir um jogo, o que deve vir em primeiro lugar é a liberdade criativa. Se ele quer colocar mina de biquíni dilacerando zumbis, vai fundo. Um romance entre dois caras? Vai que é tua, filhão. O que não pode, é a opinião externa podar a criatividade do produtor/roteirista.


E a segunda coisa que a representatividade forçada põe em risco nos jogos… É a própria representatividade. Not kidding. Veja bem, você ter uma gama variada de personagens é bom, quando é feito de maneira orgânica. Quando feito de maneira forçada, tanto no tipo do personagem, quanto na maneira como ele se comporta no mundo do jogo, seja em diálogos e ações, isso deixa o personagem bem… Merda. E quando personagens bostas diversos estragam um jogo, o que isso vai deixar claro na mente dos executivos da companhia? Se isso refletir em vendas, vai passar a mensagem de que diversidade não vende. E logo, as publishers vão ficar com medo de apostar em diversidade, já que não gera lucros.




Então, o que deveria ser feito, é a pergunta que fica? Simples, não exija mundos e fundos de desenvolvedores, existem maneiras melhores de termos representatividade. Basta deixar o produtor exercer a criatividade dele, e se não há aquele personagem com que você se identifica, ponha a mão na massa, crie você mesmo!


Eu não sei como terminar esse artigo, então vou aderir ao momento propaganda sem vergonha e avisar que entre os dias 1 e 6 de março, estarei em São Paulo, participando da Brazilians Against Time, maratona de speedruns que visa arrecadar fundos para a APAE. Em breve darei detalhes dos jogos que estarei correndo, assim como os horários.

PS: O artigo representa a opinião do autor