Mothergunship | Bullet Hell e diversão

Mothergunship | Bullet Hell e diversão

01/09/2018 0 Por Diogo Batista

Vivemos um momento da indústria de jogos em que a oferta de uma experiência realista e focada em histórias tão profunda e emotiva quanto um episódio de Maria do Bairro são distribuídas feito santinhos em dia de eleição.

Não que isso seja ruim, tenho certeza que existe um publico grande que os consome, caso contrário não investiriam tanto nesse formato. Mas eu estou em uma busca por jogos diferenciados, algo que me divirta ao oferecer uma experiência nova.

E foi então que me deparei com MOTHERGUNSHIP, uma lufada de ar fresco para o gênero FPS. Certamente é um título que pode assustar quem está preso ao marasmo dos jogos narrativos, e deixar eufórico a galera que gosta de um bom desafio e busca por novas experiências.

Me acompanhe!

Créditos:  Grip Digital – Terrible Posture Games

Um jogo bem humorado

Com diálogos bem humorados e um gameplay que mescla o gênero FPS ao famoso e frustrante Bullet Hell, comum em alguns jogos de “navinha”.

MOTHERGUNSHIP acaba trazendo aquela brisa fresca ao gênero ao misturar esses dois gêneros distintos a um sistema de craftar armas. Talvez ninguém tenha pedido por essa mistura maluca, só que isso foi feito de um modo tão cativante que você poderá gastar horas e horas com esse jogo.

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Uma das coisas mais surpreendente de Mothergunship, sem dúvida é a variedade de combinações que você poderá fazer com  suas armas. O personagem que controlamos pode portar uma arma em cada mão, logo você pode criar uma combinação única para cada uma delas. Sendo assim você pode misturar o que você bem entender, por exemplo: Se colocar uma shotgun com uma metralhadora e lança chamas, vai  notar que o alcance do projeteis é menor. Mas se você aplicar um modulo que faz com que o projetil fique “kickando” ao atingir o chão ou parede?

Essa infinidade de variações a serem feitas com as armas é o que acaba nos prendendo, porque se você olhar para o background da história vai se deparar com algo raso. Nada que desabone o jogo, o intuito é só servir de pano de fundo mesmo: O mundo foi tomado por uma invasão alienígena e os seres humanos mandam você para dar cabo deles e salvar a terra.

Um enredo simples e direto que serve apenas para te dizer que toda a destruição que você causou tem um proposito.

Créditos:  Grip Digital – Terrible Posture Games

Os bosses gigantes

Os chefes em que encaramos são sempre gigantesco e provavelmente vai te deixar desesperado, pelo menos no começo quando estamos nos acostumando a velocidades do personagem. O que acaba sendo divertido, pois lidar com a velocidade é importante para conseguir sair de enrascadas onde os inimigos menores tentam te cercar.

Na realidade os bosses nem são o problema e sim esses inimigos que te atacam em grande número e com milhares de projeteis, ai compete a nós fugir e evitar ao máximo ser atingido pelos tiros pequenos e ainda desviar do projétil gigante do boss.

Com tanta ação comendo solto no jogo, acaba sendo perceptível que não há uma variedade tão grande de inimigos. Eles se repetem bastante, o que acaba sendo compreensível visto que normalmente você é atacado por hordas, logo não dá pra cobrar uma variedade enorme, mas vale a pena ressaltar esse ponto. Quem sabe numa futura sequencia isso possa ser melhorado.

Créditos:  Grip Digital – Terrible Posture Games

Um bom desempenho

É impressionante o desempenho do jogo diante de tantos projeteis e inimigos ao mesmo tempo, é uma correria frenética nesses momentos. Só que isso tem um custo, o loading é demorado. Sempre que você alcança uma porta para mudar de nível, um loading tem inicio, e nessa momento você confere diálogos sempre bem humorado com o capitão e outros tripulante. Em um deles você é identificado pelo computador da nave como um entregador de pizza.

É uma ideia inteligente para compensar o jogador enquanto a próxima fase está sendo gerada. E esse é um ponto bem bacana, as fases são procedurais, então raramente você encara uma nível igual ao outro, o que eleva bastante a dificuldade se você tentou decorar o padrão.

Não bastasse isso, em alguns momentos você vai ter missões onde começará com armas ridiculamente fracas e precisara alcançar as lojas, que só são acessíveis depois que você eliminar todos os inimigos do setor.

Ai tu vai se ver com a energia no berro, uma arma ruim e notar que não conseguiu moedas o suficiente pra conseguir uma arma melhor. Só te resta gritar “Maldito Satanás da costa Oca!!”

Créditos:  Grip Digital – Terrible Posture Games

Conclusão

Mothergunship sem dúvida vale a pena, mesmo que alguns pontos possam não agradar (como os loadings e a pouca variedade de inimigos), ele acaba sendo um título divertido e ótimo para quem busca algo novo.

A música do jogo combina perfeitamente, mesmo não sendo nada memorável, e a possibilidade de dar upgrades em sua armadura, assim elevando barra de energia, escudo e carga de algumas armas pode cativar os jogadores. Se não fosse por ter um modo campanha, tenho certeza que Mothergunship também pode ser encarado como um arcade game.

O título acaba sendo uma excelente pedida também para quem gosta de jogar com os amigos, pois no começo do mês foi liberado o modo multiplayer – Que ainda não testei, mas o farei assim que possível, alias, sigam-me no Twitter que comentarei a respeito por lá.

Essa análise foi feita com uma cópia digital de Xbox One gentilmente cedida pela Grip Digital.