ACA Neo Geo Super Sidekicks | Revisitando um clássico no Nintendo Switch

21/02/2018 0 Por Diogo Batista
ACA Neo Geo Super Sidekicks | Revisitando um clássico no Nintendo Switch

Console novo é uma desgraça, não é mesmo? Não digo novo em suas mãos, mas novo de modo geral. Poucas opções na biblioteca ou uma série de jogos que com certeza vão te fazer pensar daqui a uns três anos sobre qual motivo esdrúxulo te fez gastar dinheiro com aquilo, o que normalmente sempre leva à conclusão de que foi apenas empolgação.


Sabendo disso, muitas empresas espertas tiram proveito da limitação da quantidade de jogos disponíveis para plataformas novas, como é o caso do Nintendo Switch. Uma delas, a Hamster, têm obtido bastante sucesso com essa estratégia, relançando jogos de Neo Geo (MVS) no console da Nintendo, alcançando o incrível número de UM JOGO POR SEMANA. Não é ruim ter esses jogos de forma fácil e portátil (e legalmente, mas  não me importo com isso nesse caso), sem falar que 90% de tudo que saiu para o fliperama da SNK era de boa qualidade, tirando talvez os jogos de quiz que raramente eram traduzidos. Enfim, o preço está bem acessível e eu acabei cometendo o pecado de pegar um desses relançamentos pra testar. 


E qual seria a escolha óbvia? KOF? Art of Fighting? Sim! Mas o que eu peguei? Um game de futebol.



Confesso que esse era um dos mais baratos e eu queria uma alternativa ao Mario Kart 8 Deluxe, principalmente depois de gastar 130 horas fazendo tudo possível no Zelda BotW (review em breve?). Eu gosto muito de futebol, porém os FIFAs e PES perderam o charme que jogos de videogame sempre tiveram, se tornando simuladores que atendem as necessidades de um público que infelizmente eu não me encaixo. Gosto de jogos com um leve tom de arcade, com controles que te permitem realizar jogadas plásticas e bonitas. 

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Esse tipo de jogabilidade sempre pôde ser encontrada em clássicos como International Superstar Soccer Deluxe (SNES/PS1/Mega), Winning Eleven 2000 (PS1) e outros como Fifa Street (PSP/GC/PS2/Xbox). Uma das alternativas a essas versões de console eram os jogos de fliperama, que sempre chamaram minha atenção. Talvez porque eu podia jogar muito pouco ou pelos seus gráficos, sempre um nível acima do que a gente jogava em casa…  e um deles era o Super Sidekicks.



Lançado em 1993, Super Sidekicks (ou Tokuten Ou, “Rei Artilheiro”) foi o primeiro jogo de futebol da SNK, e não fez feio! Tanto que a série teve duas sequências na mesma plataforma, sempre evoluindo em termos de gráficos e controles. Nesta primeira versão, temos controles simples, usando apenas os botões A e B do Neo Geo, que alternam sua função de acordo com a posição do jogador, mais ou menos como ocorre com o botão A em Zelda: Ocarina of Time


Em relação aos times, temos apenas 12 seleções, sendo elas: Alemanha, Itália, Espanha, Inglaterra, México e Japão (Grupo A) e Argentina, BRASIL, Holanda, França, Estados Unidos e Coreia do Sul (Grupo B). No modo single player, seu objetivo é enfrentar os outros times do seu grupo e depois disputar dois jogos eliminatórios contra os times campeões do outro grupo, zerando ou no caso, se tornando campeão mundial (yay!).


Em termos de jogabilidade, ele tem uma pegada simples. Como disse cima, você usa 2 botões e o direcional. O botão A serve para tocar ou chutar (caso esteja perto do gol), enquanto o B dá o famoso “chutão”. Sem a bola, o A dá carrinho (mah!) e o B EMPURRA O ADVERSÁRIO, sendo esse um movimento muito engraçado, pois raramente resulta em falta. Tomar a bola também pode ser feito passando na frente do jogador adversário, sendo essa a forma mais fácil de recuperação, visto que os outros métodos são mais próprios para emergências.


Outro fator diferencial nesse jogo, que aliás, não lembro de ter em outros da série, é o jogador “Ace”, que é sempre o cara mais rápido e habilidoso do seu time. Depois de jogar por um tempo, você percebe que a forma correta de jogar é passar a bola sempre pra esse artilheiro, pois as chances de gol com ele são muito maiores do que com os outros bonecos, principalmente em partidas mais avançadas. Aliás, sobre as partidas, é curioso notar que elas só possuem um tempo, o que te força a fazer gol rapidamente, já que virar é extremamente difícil devido a limitação de tempo e da própria CPU, que constantemente fica mais difícil depois de garantir a vantagem sobre você.


Super Sidekicks é muito bonito para um jogo de 1993. As animações são ótimas, principalmente quando acontece algum evento durante o jogo (gol, falta, pênalti, etc). Outro detalhe interessante é que a câmera muda ligeiramente de perspectiva dependendo da partida, simulando mais ou menos uma transmissão de TV, que obviamente não tem o mesmo ângulo dependendo do estádio. 


Algo que me desagrada um pouco infelizmente é o som, pois nessa versão, existe uma música que toca durante todas as partidas, diferentemente das sequências da série, onde foram adicionados gritos de torcidas, mais de acordo com um game de esporte.




Acerca especificamente da versão de Switch (que também pode ser encontrada no PS4/XONE e PC), é infelizmente notável como o trabalho da Hamster é de má qualidade, principalmente se dando ao fato de quanto dinheiro eles estão ganhando com esses relançamentos.


Vou separar os pontos positivos e negativos em tópicos:


Positivos:


– Menus permitem filtros, porém são limitados e não chegam ao nível de emuladores;
– Controles remapeáveis e de boa qualidade, mesmo no joycon do Switch;


Negativos:


– Não é possível mudar entre a versão arcade e console do jogo;
– Algumas opções possuem descrição de OUTRO GAME, como a redução de “flash” na tela, onde aparece uma menção ao especial do Billy Kane, provavalmente retirada do relançamento de algum Fatal Fury. 
– Não é possível mudar a língua do jogo, coisa comum nos jogos de Neo Geo. Falta de esmero total.


 Lembrando que isso não tira as qualidades do jogo em si, que pode ser perfeitamente aproveitado da forma que foi concebido para arcades, mas visto que Neo Geo já foi tão melhor portado ou executado em outras plataformas, fica meio azedo o gosto na boca ao jogar um port seco assim, principalmente custando R$25,00.  Por fim, recomendo somente para aqueles que querem se dar ao luxo de jogar esse tipo de jogo em consoles da geração atual, visto que a emulação é sempre a melhor opção nesse caso. 


A própria SNK já fez compilações e ports melhores de seus jogos – como as de King of Fighters e Samurai Shodown – e enquanto aquela qualidade não for atingida, eu vou continuar sem dar meu dinheiro pra reviver esses clássicos. Agora, se você tá afim de baixar um emulador, recomendo o NeoRageX ou o Retroarch. São opções infinitamente melhores de se aproveitar esse clássico.