Spec Ops:  The Line | Um Jogo muito maior do que parece

Spec Ops: The Line | Um Jogo muito maior do que parece

11/02/2018 0 Por Diogo Batista

Spec Ops: The Line é um título que terminei em 2013, cheguei a escrever um artigo sobre ele aqui no site, mas depois de reler, percebi que o artigo estava um pouco pobre. Creio que isso seja porque melhorei significantemente a minha escrita, então pensei: Porque não reescrever.

Depois de descobrir que que o jogo entrou na retrocompatibilidade do Xbox One, decidi que seria uma boa retornar a Dubai e falar um pouco mais sobre esse marcante jogo para aqueles que possam desejar desbravá-lo nessa geração.

Então vamos lá!

Como tudo começou

Vamos começar falando um pouco do passado de Spec Ops, pois se você acha que se resume a apenas “The Line”, então está bem enganado. Se trata de uma franquia de jogos antiga e que teve início em 1998, quando o seu primeiro título “Spec Ops: Rangers Lead the Way” surgiu nos PCs, mas que posteriormente chegou aos consoles.

Levemos em consideração que o título anterior a ele saiu em 2002 e “The Line” em 2012, um hiato de 10 anos, mas que aparentemente foi por um bom motivo, o título acabou passando para as mãos da Yager Development, que abandonou a visão isométrica adotada em “Spec Ops: Airborne Commando” oitavo jogo da franquia e exclusivo do primeiro PlayStation, e retornou a visão em terceira pessoa que era a mesma do primeiro jogo da franquia, mas abraçando os conceitos da sétima geração de consoles.

Eu sei que não são todos que se interessam por esse tipo de informação, mas ciente de que Spec Ops não é uma franquia tão conhecida, eu me senti na obrigação de compartilhar um pouco da história por trás do jogo de 2012.

Spec Ops: The Line

Em seu lançamento foi interpretado como só mais um jogo de tiro em terceira pessoa, fazendo que passasse despercebido por muitos durante aquele ano, porém, os poucos que deram uma chance, se depararam com um jogo incrível. Com uma história baseada no livro de Joseph Conrad “Coração das Trevas”,  o jogo procura ser muito mais do que apenas mais um título de tiro com excesso de testosterona.

Na pele do Capitão Walker, somos lançados a uma missão de reconhecimento supostamente tranquila na empoeirada Dubai. Tudo o que você e seus subalternos precisavam fazer é descobrir o que diabos houve com o 33º Comando, os caras simplesmente sumiram sem deixar rastros. Bem, pelo menos era o que pensávamos até encontrarmos os primeiros corpos.

Desse momento em diante o jogo passa a nos conduzir em uma jornada de autodescoberta, onde os personagens passam refletir sobre a guerra e o seu papel nela. Oh, como eu adoraria soltar uns spoilers quanto a história, viu. O que posso dizer é que o jogo oferece muita ação, mas sem deixar de trabalhar o emocional e reflexos dos acontecimentos em cada um dos personagens.

Em todos esses anos dedicado aos games, foram poucos os jogos que exploraram o tema de forma tão brilhante. Ah, se você jogou e achou semelhanças com o filme Apocalypse Now, saiba que o filme também é uma adaptação do mesmo livro “Coração das Trevas“.

Aquela pegada de Gears

A jogabilidade de Spec Ops lembra um pouco Gears of War, graças ao sistema de cover e a câmera por cima do ombro, e também temos a disposição uma variedade de armas, sendo possível carregar duas nas costas e uma pistola. – Mas há quem discorde e o chame de third person genérico. De qualquer modo funciona e não me frustrou durante a jogatina.

Agora a dificuldade do jogo é algo a ser ressaltado, pois há momentos extremamente difíceis ou em que a câmera prejudicou um pouco. Dá pra passar, mas vai exigir muito da habilidade nesses momentos porque não é nada fácil.

Outro ponto interessante é que seus companheiros possuem personalidades distintas, então em alguns momentos você se verá obrigado a ficar do lado de um ou de outro, que mesmo a contra gosto vai acatar sua ordem. Oras, você é o capitão.

Me acompanhe por uma Dubai devastada

Os cenários do jogo são muito bacanas, as localidades de prédios soterrados na areia, os aviões abandonados e o topo de prédios funcionaram muito bem, mesmo que tenham feito uso excessivo de claridade e areia para esconder algumas imperfeições aqui e outras acolá. O resultado final dá a impressão de que algumas áreas pareçam muito maiores do que realmente são.

Agora aos exploradores de plantão, não esperem um mapa gigantesco a sua disposição, mesmo possuindo coletáveis. O jogo é linear apesar de oferecer algumas rotas alternativas e escolhas. O que é triste ao meu ver, visto que Dubai me pareceu um lugar incrível para se explorar.

O jogo também possui uma dublagem decente e consegue transmitir toda a emoção dos momentos dramáticos. Principalmente nos momentos finais do jogo, que é simplesmente incrível.

O FIM

Spec Ops: The Line acaba conseguindo ser muito mais do que um mero jogo de tiro no final das contas. Ele consegue criar uma história e personagens demasiadamente interessantes ao ponto de você se importar com o rumo que cada um deles irá tomar durante a trama.

Graças a esse jogo eu peguei trauma do fósforo branco.

O jogo também faz uso das mudanças físicas e mentais de cada um dos personagens, além do efeito colateral de cada uma das decisões do trio.

Há momentos que você simplesmente se sente mal por ter que fazer algo monstruoso para alcançar o seu objetivo. E como eu disse antes, ele possui alguns defeitos, mas nada que desmereça o título.

Se você ainda não jogou ou tinha dúvidas, saiba que está diante de um jogo que realmente vale a pena ter em sua biblioteca ou coleção.

Olha, se um dia eu listar os jogos da minha vida, certamente esse estaria entre os meus 5 preferido. E como eu disse antes, se você tem um Xbox One, saiba que agora você pode jogá-lo na retrocompatibilidade do console.