Punho de Ferro do Netflix | Impressões

03/04/2017 0 Por Diogo Batista

Infelizmente o Punho de Ferro nunca foi um personagem muito relevante no universo da Marvel. Diversas de suas revistas foram canceladas ao longo dos anos por diversos motivos, um deles a falta de bons autores no comando das revistas. E isso me deixou com um pé atrás ao ver o anúncio da série baseada no personagem.

O que poderíamos esperar de uma série  baseada em personagem que ficou limitado a coadjuvante nos quadrinhos?

Danny Rand é o único sobrevivente de um acidente de avião que matou sua família, e que para sua sorte, dois monges pertencente a mistica cidade Kun Lun, passavam por ali e acabam por resgatá-lo. – A sorte no caso significa que ele deixou de morrer na neve para quase morrer de tanto apanhar enquanto treinava com o pessoal de Kun Lun.

(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});


Depois de anos treinando arduamente, Danny conseguiu ser merecedor do Punho de Ferro, e decidiu retornar para o mundo das pessoas comuns. Ao chegar ele descobre que seus amigos… Ah, pelo amor, vá assistir a série e depois volte para conferir minhas impressões.


O Punho de Ferro é um monge shaolin ocidental, provavelmente um dos mais rápidos, forte e equilibrado nos quadrinhos. Podemos dizer que Luke Cage seria seu melhor amigo, pois até dividiram uma revista: Heróis de Aluguel. Por sinal é bem divertida, teve até participação do Deadpool.

E o que temos na série: Um hippie chorão que sabe lutar.

Isso não significa que a série seja ruim, apenas que o ator e o roteiro não contribuíram o bastante para torná-lo interessante. Posso dizer que por diversas vezes me vi muito mais empolgado com a subtrama e os coadjuvantes do que a trama principal.

Eu sei que algumas pessoas irão dizer que é preciso compreensão pelo fato da série  estar contando a sua origem, o que não discordo, mas não justifica o personagem ser um tremendo mongolão. Pô, ele esteve a vida toda enfiado em uma cidade mistica treinando para elevar seu espirito, chi, ki, karma, cosmos e companhia, mas não consegue lidar com o acidente que matou seus pais. Do que adiantou ele apanhar tanto de bambu e meditar se
no final das contas ele é incapaz de criar um simples plano para atacar o tentáculo. 

Não há muita coisa boa a se dizer de uma série onde nem o protagonista principal sabe o que vai fazer contra seu maior inimigo. O personagem é incapaz de criar um plano. Ele quer resolver tudo na porrada.


A série é composta por 13 episódios com quase 1 hora de duração cada, acredite, não foi fácil ir até o final. Houve episódios bons como a viagem a China atrás da Madame Gao, mas é tantos altos e baixos que chegam a um ponto, em que você vai começar a ficar de saco cheio.

Se tem algo que vale a pena são os personagens coadjuvantes: Ward Meachum e Harold Meachum, que ao meu ver roubam a cena a todo momento.

Ward, a primeira vista passa a ideia de ser apenas mais um playboy ganancioso, mas a medida que a série avança, o personagem começa a ganhar muita mais profundidade na série. Principalmente por causa de seu pai, Harold


A relação conturbada de ambos consegue prender a atenção do telespectador. Harold, não é um cara com escrúpulo algum, e deixa isso bem claro ao enfiar seu filho nas mais complexas situações. Tudo para o bem da família. Pelo menos é o que ele diz ao filho.


Sinceramente Harold podia ter sido um vilão ainda maior, apesar de entender que precisavam dar mais pano para o tentáculo. Digo mais, a Madame Gao é uma baita vilã, muito superior ao Bakuto.




Foram 13 episódios que não aproveitaram adequadamente do potencial do Punho de Ferro. Como disse ao início, apesar de ser um coadjuvante nos quadrinhos, muita coisa boa poderia ter sido feito e explorada.


As série Marvel pós-Demolidor se concentraram em oferecer heróis quebrados emocionalmente, e mostrar sua recuperação ao longo da série. E isso não funcionou aqui. Há momentos que você só quer pular ou adiantar na expectativa de que algo interessante aconteça, porque o conflito interno de Danny é a coisa mais chata que você vai ver desde as novelas da rede Globo.


Como podem ter notado, não posso por toda a culpa na atuação do ator principal, quando na realidade o roteiro não ajuda. Há muitas cenas desnecessárias  durante toda a série e isso me incomodou para diabos. Cito como exemplo a morte do auxiliar de Harold, que não teve necessidade alguma. Em uma cena anterior é citado que aqueles que são ressuscitados pelo Tentáculo tendem a ficar extremamente violentos e causar um mal enorme suas respectivas famílias. Na próxima cena: BOOM, ele vai lá e mata o ajudante por causa de sorvete. É de uma estupidez assustadora. Não precisava desperdiçar mais cenas com a morte de um ajudante que havia sido esquecido durante a série.


Não fode, pow!




Colleen Wing é uma das personagens secundárias mais legal da série, pelo menos até começar um relacionamento com o Danny. Ela é forte o suficiente para chutar a bunda do Danny, só que os roteiristas não deixaram isso acontecer. Na série você a verá batendo em brutamontes, e isso é muito awesome.


Uma pena que próximo dos últimos episódios ela perca um pouco da sua relevância, tornando-se apenas uma sidekick do Danny. Sim, fiquei um pouco decepcionado, pois as motivações da personagem acabaram ficando segundo plano. Quer dizer, deturparam as motivações dela, tornando-o um bode expiatório de um vilão.


Bem, adoraria uma série só dela. Se é para pegar personagens secundários como Luke Cage, Jéssica Jones e Punho de Ferro, então quero uma série das Filhas do Dragão, oras.




Punho de Ferro é uma série chata. Não vou entrar no mérito de produção, até porque não vi nada que me incomodasse, principalmente porque tava sendo morto lentamente com a chatice da trama principal.


O famoso poder punho de ferro raramente é usado durante toda a série, praticamente não tem uso algum. Enquanto no quadrinho ele bate até na sombra com a mão brilhando, aqui serve para abrir portas, quebrar pisos e não cortar a mãozinha dele.


Por muitas vezes estava decidido a parar de assistir, só que por motivos maiores encarei a série até o seu fim. Só tenho a agradecer que não tenha sido 20 episódios. Provavelmente cortaria os pulsos lá pelo episódio 15.


Não posso dizer que recomendo, mas DEFENSORES está programado ainda para esse ano, então será preciso entender um pouco para não ficar perdido, então assista avançando os episódios. 


De nada.


Abaixo você confere a minhas impressões em vídeo no canal Level 3. Eu sou o gordo de azul… 


É.