Meu pai e seu vicio em Resident Evil

Meu pai e seu vicio em Resident Evil

14/08/2016 1 Por Diogo Batista

Hoje resolvi trazer algo diferente, graças ao vídeo em homenagem ao dia dos pais, que meu amigo Vigia em conjunto do Issui produziram. O teor do vídeo realmente mexeu comigo, por isso me motivou a querer contar um pouco da minha relação com meu pai e os jogos.

Uma das coisas que devo dizer é que os jogos chegaram em minha vida ainda muito cedo, sendo que o primeiro console no qual tive contato foi o Master System, alias, eu já falei sobre isso: O Primeiro Console a Gente Nunca Esquece!.

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Nessa época meu pai até chegou a jogar Master System algumas vezes com meu tio e meu irmão, mas as coisas ficaram bacanas mesmo quando ele comprou o Super Nintendo em umas 500x. Sério, eu não lembro em quantas vezes ele parcelou o console, mas parecia que foram em anos, pois, de vez em quando reclamava que não terminava nunca de pagar.

Bem, o console acompanhava o Super Mario World, o que tornou as nossas noites em família muito mais divertidas. Uma pena que depois ele conheceu o International Super Star Soccer e o vício tomou conta dele, mas durou só até o tempo do meu velho descobrir os belíssimos gráficos 3D do jogo Resident Evil.

Meu pai e seu vicio em Resident Evil

Meu pai ficou extasiado naquele momento. Recordo que havíamos ido a locadora para pegar alguns jogos e ficamos uns 40 minutos assistindo um rapaz jogando Resident Evil. O rapaz até mesmo cedeu os controles para eu jogar aquele jogo super realista. Lembro de ter ficado confuso com a movimentação e entrar diversas vezes no menu do jogo, mas em meu inconsciente eu gritava: SANTA MÃE DE DEUS!! QUE JOGO MAIS LOUCO!! PAI VOCÊ PRECISA COMPRAR.

Saímos de lá conversando sobre o quão maravilhoso e potente aquele console era e porque devíamos comprar o quanto antes. Meses se passaram até que finalmente meu pai comprou o PlayStation. O console tinha apenas o disco de demo de jogos, mas não impedíamos de jogarmos por horas Cool Boarders, Crash Bandicoot 2 ou Star Wars Masters of Tera Kasi.

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Tempos depois, durante uma compra de alguma coisa nas Lojas CEM, meu pai comentou a respeito do magnífico console que tínhamos em casa e na falta de jogos, visto que apenas alugávamos. Eu não tenho ideia de como ele entrou nesse assunto com o vendedor, mas o vendedor disse que vendia jogos alternativos e que poderia pegar os jogos que meu pai quisesse.

Meus olhos brilharam naquele momento!

Algumas semanas depois tínhamos o Resident Evil e Resident Evil 2 em nossa casa, além de outros que não recordo – Pow, to velho, a memoria não ajuda mais.

Passamos meses jogando Resident Evil, todos nós eramos o suporte na hora das jogatinas. Minha mãe preparava tudo antecipado para que durante a noite nós pudéssemos ver meu pai jogar.

Isso me lembro um sábado em que ele começou a jogar por volta das 9:00 da manhã e varou o dia, sendo que por volta das 22:00 e alguma coisa, eu me deitei no sofá para assisti-lo jogar, mas dormi. Acordei as 6 da manhã e lá estava ele orgulhoso por ter avançado no jogo sem ajuda de revistas – Mal sabia ele que minha mãe acordaria e daria aquele esporro por ele dar mal exemplo.

O interessante é que eu morro de medo desde aquele tempo, apesar de jogar com ele, eu sempre tive pavor, mas adorava auxiliá-lo durante sua jornada. Meu velho chegou a travar de nervoso na fase de enfrentar a cobra. Minha mãe gargalhava, mas sempre o incentivamos a continuar.

Depois de muito sofrimento ele conclui a campanha do Resident Evil com a Jill, mas agora tínhamos o desafio de terminar Resident Evil 2.

Meu pai e seu vicio em Resident Evil

Resident Evil 2 foi um dos jogos que eu o bundão joguei muito, mas as jogatinas do meu pai foram as melhores. Nosso primeiro contato com esse jogo antes de comprá-lo foi através da versão japonesa: Biohazard 2.

Era divertido, pois não tínhamos memory card, então fazíamos tudo em uma jogada só e torcendo para não ser morto por qualquer zumbi. Estávamos orgulhosos de avançar tanto sem morrer. Bem, isso mudou ao chegarmos nos esgotos com o Leon.

O crocodilo gigante atacava o Leon, mas quando corríamos para ativar o cilindro de gás, a tela mudava e surgia uma mensagem em japonês. Meu velho surtou naquele momento. Acreditávamos que pudesse ter sido algum outro problema e refizemos a jogatinas mais duas vezes e sempre o mesmo problemas. Naquele dia percebemos que o memory card era imprescindível.

Semanas se passaram e meu pai já havia comprado a versão alternativa americana. Jogava praticamente todos os dias. Família sempre se reunindo durante a noite para as jogatinas, enquanto meu pai ainda perdia noites de sono para progredir no jogo. Em pouco tempo ele terminou os dois cenários de cada personagem e desbloqueou o extra HUNK.

Eu o admirei por um bom tempo pelo feito de concluir os Resident Evil. Achava o máximo ter um pai que jogava vídeo games conosco e conversava a respeito das transformações do William Birkin. Apesar dele ser babaca as vezes e nos proibir de mexer no console ou ficar jogar PES. As vezes até levava o cabo de força para o trabalho ¬¬

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Acredito que muito do meu amor pelo PlayStation esteja ligado ao fato de ter sido uma das fases em que meu pai mais jogou ao lado do meu irmão e eu. Hoje aos 31 eu sinto um pouco de falta dessa proximidade que o vídeo game havia nos proporcionado naquele tempo.

Bem, é isso, espero que tenham apreciado esse fragmento do meu passado envolvendo meu pai. O texto ficou um pouco corrido, mas acho que consegui transmitir um pouco da nostalgia que o dia de hoje está me proporcionando.

FELIZ DIA DOS PAIS!

Abaixo vocês conferem o vídeo do Especial do dia dos Pais: