1º Impressões da série Making a Murderer

09/02/2016 0 Por Diogo Batista

Ontem decidi assisti ao documentário-série “Making a Murderer” do Neflix. Só para ver se realmente valia a pena dedicar um tempo para assistir aos 10 episódios, mesmo depois de ouvir tantos comentários bons a respeito.

Para minha surpresa a série consegue prender a atenção do telespectador muito facilmente. Em poucos minutos meu nervos estavam a flor-da-pele e eu desejava que o Justiceiro invadisse aquele condado só para ter uma conversinha com a policia.

Eu havia decidido assistir apenas o episódio piloto e acabei passando o dia todo. Recordo de adormecer no sétimo episódio e acordar desesperado para descobrir o que acontecerá com o caso de Steven Avery. Um cara que passou 18 anos de sua vida preso injustamente pelo crime de estupro, pelo simples motivo que a policia do condado de Manitowoc decidiu que culpá-lo ao invés de procurar o verdadeiro criminoso era mais prático – além de outros motivos pessoais.
A série foi produzida pelas documentaristas Moira Demos e Laura Ricciardi, que levaram 10 anos para concluir  o trabalho. No caso a série aborda os 18 anos da prisão e mais um novo caso que acaba por levar Steven novamente a prisão por homicídio.


O fato de ser uma história real que ainda continua se desenrolando no sistema judiciário americano realmente intriga. O telespectador acompanha do início ao fim todas o julgamento, que em minha opinião é enervante, pois diversas vezes eu bradei o quão retardado e cega a justiça é perante a provas e depoimentos sempre que isso favorecia ao réu.

Eu quero muito falar a respeito dos detalhes, Oh! Céus! Mas não posso por ser spoiler.

Talvez o ponto importante levantado pela série é o de que se alguém quiser  ver você preso, tenha certeza que não importa se tenha vinte duas testemunhas do seu lado, eles vão te prender. 

O caso de Steven me lembrou muito o do pobre Marcos Mariano da Silva, que fora preso injustamente em 1972 e foi solto apenas seis anos depois, em 1982, quando conseguiram prender o verdadeiro criminoso. Porém, três anos depois, em 1985,  Marcos foi preso novamente, dessa vez após um policial o reconhecer durante uma blitz, quando dirigia um caminhão. Dessa vez ele foi preso como foragido da justiça e passou 13 anos presos, sendo que durante uma rebelião no presidio, Marcos acabou ficando cego após ser atingidos por estilhaço de uma bomba de gás lacrimogênio atirado pela tropa de choque. O pobre Marcos foi solto só em 1998, após um mutirão judiciário descobrir o erro. Fora da cadeia entrou com um processo contra o governo estadual, mas acabou falecendo em 2011 de infarto, sem receber toda sua indenização.

Talvez o caso que citei não seja tão conhecido, porém, mostra que esse tipo de falha não está restrito apenas ao sistema judiciário americano.


Outro ponto do caso e que realmente causa vergonha alheia é o que foi feito com Brendan Dassey, sobrinho de Steven. Ele é coagido a alegar que participou do crime de assassinato da Teresa Halbach, mesmo que os vídeos do interrogatório mostrem claramente que o garoto tem problema de aprendizagem e que o investigador é quem cita sobre os assassinato, não Brendan.

Você se pergunta por diversas vezes se realmente os acusados são inocentes a cada nova prova que surge, o que sempre me levava a soltar um: Ooohhh!

Eu não quero me aprofundar mais na história, por isso recomendo vivamente que todos assistam a essa incrível e exclusiva série da Netflix

Será que Steven Averys realmente matou Teresa com o auxilio de seu sobrinho?