Laura Matsuda é pega pelo Esquadrão da Moda

Laura Matsuda é pega pelo Esquadrão da Moda

24/01/2016 0 Por Diogo Batista

Enfim a internet está se tornando um local cada vez mais seguro e harmonioso, cheio de igualdade.

O meu mais sincero obrigado aos Justiceiros Sociais e seu infinito esforço na patrulha pelas redes sociais, onde sempre estão confrontando a elite opressora burguesa branca capitalista satânica da família tradicional.

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O que seria de mim, gordo, branco, porteiro, rotulado de machista opressor e com uma divida histórica maior que o valor do meu carro que precisei parcelar em 60 vezes. Sim, não seria NADA sem eles.

Por conta desse excelente trabalho, algumas noites atrás eu fui pego de surpresa, e até perdi o sono ao descobrir que a nova personagem brasileira, Laura Matsuda, de Street Fighter V, ganhou novos trajes e pasmem: Unicamente para propagar a objetificação do corpo feminino.

Laura Matsuda

Eu fiquei boquiaberto, não podia acreditar na ousadia da Capcom. Cai de joelhos em frente ao PC enquanto as lágrimas brotavam de meus olhos. Consternado, eu socava o chão e urrava: POR QUE CAPCOM! VOCÊ JÁ MATOU O MEGA MAN E AGORA ISSO! PORQUEEE! NÃO PODE! NÃO GOSTO!

Depois de uma xícara de café bem forte e produzir um textão quilométrico no Facebook – Maldito Twitter opressor que permite 250 apenas caracteres. Enfim, depois de pensar um pouco mais sobre essa essa falha permitida pela Capcom.

Oras, uma mulher real do mundo real não é desse jeito, ela sequer conseguiria lutar com uns seios desse tamanho. Fisicamente impossível. Mesmo que Hadoukens não existam e o jogo não se prenda a física do mundo real ou a crua e machista realidade que todas as mulheres reais vivem.

Eu estou correto em todas as minhas afirmações bando de onanistas. Esse jogo é um desrespeito total a mulher brasileira ou qualquer outra que não possua o corpo perfeito e padrão, blá, blá, blá, pois faz dela apenas um objeto de prazer visual aos homis.

Laura Matsuda

Essa Laura está politicamente correta!

Como devem ter percebido, esse monte de bobagem que escrevi acima é a mesma coisa que milhares de outras pessoas costumam replicar todos os dias, o famoso: Problematizar.

Buscam tentar adequar o mundo a sua perspectiva. Ser militante social se tornou um hobby comum, e qualquer um que vá contra essa forma de pensar intolerante, logo será rotulado de escroto racistas, machista e etc…

Nem mesmo as mulheres que se opõem a esses ataques histéricos são perdoadas. É sempre “Ou está conosco ou você está com o inimigo“.

É um tanto curioso ver o quão enraizado é a hipocrisia no depoimentos desses tais justiceiros, pois não medem esforços em oprimir o oprimido sempre esse não está ao seu lado.o

Eu sinceramente não consigo compactuar com esse discurso pelos motivos corretos, pois quem normalmente o usa com frequência, na real, não luta por nada. Não conversa com quem precisa receber e entender a mensagem, apenas ficam repetindo pra si mesmo e os colegas da mesma bolha e atacando quem está de fora.

No fim do dia, esses buscam apenas um melhor engajamento nas redes sociais, pois querem ser “importantes” na internet e sentirem seu ego afagado.

Laura Matsuda

Focando em Street Fighter, todos sabemos que ele é muito famoso pelos personagens exagerados e suas mulheres de curvas sensuais. Com Chun – Li sendo uma das mais famosas e representantes desse modelo de mulher na franquia, além de ser extremamente forte e empoderada.

Obviamente que os homens também são todos sarados e com um corpo que eu jamais alcançarei nessa vida ou em outras três. Isso pelo motivo que não gosto de me exercitar. Claro, se eu criar vergonha na cara e ir atrás posso ficar saradão, só que é tão mais fácil só reclamar, né?

O Ryu ganhou uma opção de roupa que os músculos e barba cerrada levou uma parte da mulheres e rapazes ao delírio, mas não rolou choro.

Por que só com a Laura Matsuda foi diferente, hein?

Laura Matsuda

Capcom, isso não pode! Sou gordo e não quero malhar. É errado criar um homem gostoso e sarado desse!

As mulheres hoje em dia utilizam roupas curtas, decotes e nós brasileiros estamos habituados com isso no dia-a-dia. E agora por causa de uma personagem irreal em 3D grupos específicos começam a querer ditar regras de como determinados estúdios devem produzir suas personagens?

A questão do corpo inalcançável é uma das piores reclamações possíveis, porque é contraditória. Temos uma cultura onde mulheres belíssimas podem viver com base no uso de sua imagem, como vender pack de pezinhos, nudes, mas o mesmo consumidor desse tipo de conteúdo não pode consumir jogos onde mulheres voluptuosas estejam lá, porque ai seria um problema, seria a objetificação.

Mas e as mulheres que malham para viver da própria imagem? E essas Laura Matsuda do mundo real, teriam que fazer uso de burcas porque uma outra obesa ao invés de buscar ajuda opta por decidir ser manter gorda e sedentária ao invés de se cuidar? E sejamos francos que com hoje em dia temos mulheres fora do tal padrão que ganham a vida vendendo conteúdo adulto também, e sabem por que?

Porque existe público diversificado com o mais variados gosto.

Laura Matsuda

Sendo direto, o maior problema aqui não é a roupa da Laura Matsuda, pois essas pessoas que reclamam a disparada maioria das vezes, não estão genuinamente preocupadas com isso. Só querem ser o próximo influencer da moda e pregar que o mundo se adeque a imagem deles, só que isso nunca vai acontecer.

Esses seres “superiores” da internet, moralmente evoluídos no fim das contas buscam apenas engajamento e inflar seu ego. Como consumidores, o que podem e deveria ser feito é não consumir, coisa que realmente não fazem.

Não todos, mas uma grande parte dessa galera só vive de importunar, mas não consumem. Se o produto alvo do seus ataques venderem mal, ai podemos ter certeza que nosso protesto surtiu efeito.

O mais curioso é que algumas empresas até se rendem ao choro desse grupo, mas basta ver um impacto negativo das vendas ao se adequarem aos chorões, que voltam atrás e passam entender que aquilo não funciona.

Dito isso, encerro com o seguinte pensamento: Esse discurso clichê que ficam repetindo dentro de sua bolha está fadado ao fracasso, pois empresas estão em busca de lucros. Querem ser ouvido, então boicotem.


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