O Primeiro console a gente nunca esquece

O Primeiro console a gente nunca esquece

28/04/2011 44 Por Diogo Batista

O PRIMEIRO CONTATO

Esse sou eu jogando Super Nintendo em um TV preto e branco – Olha as latas de tintas do meu pai ali ao fundo.

O primeiro console a gente nunca esquece, independente se você ainda joga ou não nos dias de hoje.

Recordo ainda nos dias de hoje minha emoção ao ver meu tio chegando em casa, com aquela caixa grande e rasurada em mãos. Pensei que fosse um videocassete a primeira vista, mas logo em seguida ele retirou o aparelho de dentro da caixa, depois alguns cartuchos.

De inicio fiquei empolgado, mas não tinha ideia do que se tratava, tinha uns 8 anos na época.

Mas a emoção veio mesmo após ligarmos o console. Percebi que um novo mundo se abria diante meus olhos. Diversas cores e “bonequinhos” controláveis.

Estava pasmo com tamanho poder daquele videocassete estranho de nome:

MASTER SYSTEM

O console acompanhava dois controles e um deles estava somente na placa com as borrachinhas coladas, enquanto o outro era completo.

Infelizmente o controle inteiro não funcionava, então tínhamos de utilizar o que estava só o esqueleto, mas não atrapalhava em nada a jogatina e possui três cartuchos, sendo os jogos Vigilante, Double Dragon e Shinobi.

Leiam – Shinobi | O Maior Ninja do Master System

Um dos primeiros títulos que joguei foi Alex Kidd in Miracle World que vinha na memória, a possibilidade de pilotar uma moto ou mesmo um helicóptero naquela época era fascinante para mim, sentia o que os jovens de hoje sentem ao jogar Resident Evil 5 ou Prototype.

Recordo que deixei varias vezes de assistir a banheira do Gugu para poder jogar Shinobi, Vigilante e Double Dragon.

A BANHEIRA DO GUGU

Eu era jovem e não compreendia muito o mundo, não tinha afinidade com as meninas da minha idade, mas sabia muito bem o que era aquilo saltando do biquíni das participantes e gostava muito.

Só que não era o suficiente para superar o meu deslumbramento com o Master System. Passava horas e horas jogando Vigilante e Double Dragon ao lado do meu tio – Os preferidos eram Shinobi e Alex Kidd.

Vale lembrar também Monica no Castelo do Dragão que era o ótimo, alugávamos sempre pois devorava os quadrinhos na época e a possibilidade de jogar com a personagem me deixava em êxtase  – Foi o primeiro RPG da minha vida.

Consequentemente com o passar dos anos e as novas tecnologias, meu tio vendeu o aparelho para comprar um Super Nintendo. Só que eu nunca esqueci os bons momentos que tivera com o Master System.

Devido a esses bons momentos que recentemente adquiri um Master System só para relembrar os bons momentos que passei ao lado do meu tio, que hoje se entregou ao mundo dos jogos de Futebol – Oh, tristeza!

O importante é que a lembrança ainda esta aqui fresca em minha memória e hoje já adulto, quando sinto falta daquela sensação eu ligo o Master System e sou transportado para o ano de 93, quando ainda não existia PlayStation 3 ou Xbox 360 e eu me divertia muito mais com um jogo da Turma da Monica.

Edit 19/04/2020

Esse é o meu tio nos dias de hoje e sem aquela cabeleira Xororó dos anos 90

Incrível como muita coisa mudou de 8 anos para cá. O artigo envelheceu um pouco, e apesar de eu ter mudado muito, ainda sinto uma baita nostalgia com o vídeo game, mas muito mais dosada do que na época em que participei do meme.

O mundo mudou e eu mudei com ele. Hoje sou pai e estou casado, nessa época eu queria resgatar a qualquer custo bons momentos com os videogames como uma forma de tornar mais fácil lidar com a vida adulta.

Obviamente eu nunca esquecerei dos bons momentos que vivi ao lado do meu tio e esse primeiro contato com o Master System, mas posso dizer que hoje eles possuem um sabor muito melhor quando recordo, pois sei que posso proporcionar isso ao meu filho dentro de alguns anos, afinal, isso faz parte de crescer.

As lembranças sempre estarão aqui com o console físico ou não, porque o importante ali não era o console em si, mas a  presença do meu tio, o contexto familiar, a presença dos meus avós na cozinha papeando durante o almoço, enquanto estava meu tio, o meu irmão e eu estufados da macarronada feita por minha tia, sentados apreensivos em frente ao videogame.